Afinal, há rigorismo do TSE contra Bolsonaro apenas por que se reuniu com Embaixadores?

Afinal, há rigorismo do TSE contra Bolsonaro apenas por que se reuniu com Embaixadores?

Muito embora haja uma intensa propagação do julgamento que será definido hoje, no Tribunal Superior Eleitoral em ação que pede o decreto de inelegibilidade do ex-Presidente da República, ainda há dúvidas que pairam em muitas pessoas sobre o que, de fato, motiva a tamanha relevância jurídica que o TSE empresta à ação em curso na mais alta Corte Eleitoral do país.

O que os Ministros examinam na ação decorre do fato de que Bolsonaro, enquanto Presidente da República, no mês de julho do ano passado, próximos às eleições, reuniu-se com 72 Embaixadores, no Palácio do Planalto, em evento que foi transmitido e reproduzido por mais de uma vez em canais oficiais do Governo.

O que se denomina de abuso de poder se resume no fato de que o ex-Presidente tenha propagado ‘mentiras’ contra as urnas eletrônicas, em falas que não tiveram nenhuma relação com evidências.

Para o Relator, Benedito Gonçalves, que de alguma forma inspira o voto dos demais ministros simpatizantes ao processo de suspensão de direitos políticos pelo abuso do poder político, o centro da questão se resume na conduta ilícita de Bolsonaro por ter recorrido a colocar em descrédito dispositivo eletrônico do TSE, no processo eleitoral, para manter sua militância no que denominou de ‘continuo estado de excitação e, até mesmo, de paranoia’.

A reunião com os Embaixadores ‘não foi um retrato colocado na parede’, mas sim ‘um fato inserido em um contexto’ que é analisado pela Corte Eleitoral, daí porque Gonçalves, inclusive, defendeu a necessidade de inserir a minuta golpista encontrada na casa de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, no processo que hoje pode encontrar o seu termo final no dia de hoje, com a suspensão da vida política do ex-presidente.

Dentro desse contexto é que o julgamento prossegue, pois a Corte Eleitoral, sob a relatoria de Gonçalves, entende não ser possível fechar os olhos para mentiras e discursos violentos na eleição e que poderiam caminhar para uma finalização golpista. Gonçalves ensaia, inclusive, mandar cópias de vários documentos do processo eleitoral para o processo, onde, no STF, se investiga a prática de atos contra o Estado Democrático de Direito.

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