Justiça condena homem que matou mulher para esconder estupro de menina de dez anos em Manaus

Justiça condena homem que matou mulher para esconder estupro de menina de dez anos em Manaus

A 1.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus julgou e condenou o réu Edivanir Brilhante de Souza a 24 anos e três meses de prisão pelo crime de homicídio contra Maria de Nazaré Barros Cavalcante, além de estupro contra a neta dela, uma criança que, à época do crime, tinha 10 anos de idade. O homicídio ocorreu na manhã do dia 6 de agosto de 2012, no Ramal Bandeirantes, localizado no Km 25 da BR-174, em Manaus.

Edivanir Brilhante de Souza foi condenado pelo Conselho de Sentença nas penas dos arts. 121, parágrafo 2.º, inciso V, e 217 (matar alguém para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime). Os jurados acataram, em parte, a tese da defesa e afastaram o delito previsto Art. 211 do CPB (destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele), bem como as duas qualificadoras pelas quais ele foi denunciado.

A sessão de julgamento popular, realizada na quinta-feira (28/07) no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, foi presidida pelo juiz de direito Mateus Guedes Rios. O promotor de Justiça Marcelo de Salles Martins atuou pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM). O réu teve em sua defesa o defensor público Inácio de Araújo Navarro.

As testemunhas, no total de quatro, e a vítima de estupro de vulnerável confirmaram, em plenário, que a morte de Maria de Nazaré se deu porque o réu queria ocultar o crime de estupro cometido pelo acusado contra a neta dela. Conforme os autos, durante a fase de instrução, o réu negou que tivesse praticado estupro de vulnerável, mas confirmou ter tirado da vida de Maria de Nazaré. Edivanir Brilhante de Souza respondia ao processo em liberdade e não compareceu ao fórum para participar do julgamento. Ele vai poder recorrer da sentença em liberdade.

Conforme consta do inquérito policial que embasou a denúncia do Ministério Público, no dia 6 de agosto de 2012, no Ramal Bandeirantes, ocorreu o encontro de uma ossada humana. Laudo Antropológico feito pela Polícia Civil do Estado do Amazonas comprovou posteriormente tratar-se dos restos mortais de Maria de Nazaré Barros Cavalcante.

Os detalhes do crime foram descritos por Edivanir durante o segundo interrogatório feito pela Polícia Civil, no dia 17 de outubro de 2013. Segundo ele, foi utilizado um terçado para desferir vários golpes em Maria de Nazaré, sem saber precisar quantos, causando-lhe a morte.

Conforme o inquérito, Maria de Nazaré morava com o acusado e a neta que, à época tinha 10 anos de idade. A avó desconfiava que o acusado aliciava a menina e por esse motivo não a deixava sozinha com ele, pois certa vez o havia flagrado abraçado à criança. A motivação do crime seria o fato de que Maria de Nazaré tinha confirmado as suas suspeitas e ameaçado o acusado.

No dia do crime, Edivanir convidou Maria de Nazaré para colherem frutas na floresta e aproveitou um momento de distração dela para ataca-la com um terçado. O corpo foi enterrado pelo acusado, só sendo encontrada a ossada, pois os parentes estranharam a versão dele para o sumiço de Nazaré. Segundo a versão, ela teria aceitado um emprego na cidade para passar a semana. Os familires desconfiaram da históri por considerar que Nazaré jamais sairia deixando a neta sozinha com Edivanir. A menina, em depoimento na delegacia, confirmou que era abusada sexualmente pelo acusado, porém tinha medo de contar à avó, pois, Edivanir ameaçava matar todos da família.

Fonte: Asscom TJAM

Leia mais

Justiça interdita delegacia de Envira por superlotação e insalubridade

A Justiça do Amazonas determinou a interdição da 66ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Envira e de seu anexo prisional, após constatar graves...

STJ mantém ação penal em curso contra réu que foi absolvido por estupro durante fuga de prisão

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve em curso uma ação penal por estupro de vulnerável que havia sido extinta em primeira instância com...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

TCE-AM lança primeiro volume da Revista Científica 2025 durante comemorações pelos 75 anos da Corte

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) lança, nesta quarta-feira (5/11) às 9h30, o primeiro volume da Revista Científica...

Empresa de ônibus que tentou mudar local da ação é condenada por revelia

A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a condenação da Viação Pirajuçara Ltda., de Embu das Artes...

Justiça interdita delegacia de Envira por superlotação e insalubridade

A Justiça do Amazonas determinou a interdição da 66ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Envira e de seu...

TRT-MS reconhece validade de justa causa de trabalhador que se recusou a usar EPI

A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região manteve, por unanimidade, a demissão por justa causa...