Gonçalves editará voto sobre julgamento de Bolsonaro na terça-feira. Ex-presidente monta estratégia

Gonçalves editará voto sobre julgamento de Bolsonaro na terça-feira. Ex-presidente monta estratégia

O julgamento do ex-presidente da República, que foi interrompido na última quinta feira, dia 22 de junho,  como anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral será retomado na próxima terça-feira, dia 27, a partir das 09h de Brasília. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral -AIJE- examinará, em definitivo a inelegibilidade de dois candidatos à Presidência da República nas Eleições 2022, sendo um deles na qualidade de Vice-Presidente, o general da reserva Walter Braga Netto. Ambos, a pedido do PDT,  respondem por uso indevido dos meios de comunicação. É no dia 27 que o Relator do processo, o Ministro Benedito Gonçalves apresentará seu voto. Mas todos sabemos qual será o veredicto de Gonçalves. 

Essa realidade, de conteúdo inegável, dá ao ex-Presidente da República, armas para montar uma estratégia de posição. Bolsonaro sabe que, logo após o voto de Gonçalves, na sequência, emitirão seus votos os Ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Carmén Lúcia, Nunes Marques, e por último, Alexandre de Moraes (Este poderá atuar com voto de Minerva, em caso de empate dos seis votos anteriores) o que é pouco provável, ao se ter como parâmetro o julgamento de Deltan Dallagnol. Mas, claro, há diferenças. 

É público que não faltara  o uso de estratégias ao ex-Presidente da República, hoje réu em um processo no qual se o acusa de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação numa reunião realizada com 72 embaixadores, em julho de 2022, em Brasília, quando fez ataques ao sistema eleitoral do país, proferindo mentiras contra as urnas eleitorais. 

A maior estratégia de Bolsonaro consiste apenas em adiar o julgamento. Isso para lhe dar maior resistência como cacique da direita. Tipo, uma maior sobrevivência, embora, mesmo inelegível, possa desde então contar de continuar a ser a grande referência política ou o maior cabo eleitoral do Partido Liberal de Waldemar Costa Neto. 

Ocorre que, quanto a essa estratégia, o Presidente do TSE, o Ministro Alexandre de Moraes, também se prepara para que a causa, ocorrendo percalços no julgamento -tipo pedidos de vista- se torne mais do que definida, ou seja, se há a aposta de Bolsonaro de que o Ministro Raul Araújo peça vista dos autos, Moraes não se acanhará em deliberar, como Presidente da Corte, de que os demais Ministros que se sintam com convicção editem de pronto o seu voto de julgamento  na mesma sessão então marcada. Como previsto, as sessões se encerram no dia 29, mas na terça o cenário restará definitivamente evidenciado. 

De qualquer maneira, tudo não passa de especulações acerca do julgamento e das estratégias que poderão configurá-lo. A defesa lutará com todas as suas armas, e quer a paralisação, diversamente de Moraes, que tentará esvaziar as estratégias porventura realizadas.

A eventual tática, sendo adotada, adiará a conclusão do futuro político de Bolsonaro em cerca de 90 dias, ou seja, 30 dias para o exame dos autos pelo Ministro requerente, prorrogável por mais 30, além do período de recesso do próprio TSE, a iniciar em julho.  Mas há uma certeza: Bolsonaro, com ou sem pedido de vista, restará inegavelmente inelegível. Se sobrevierem as estratégias, haverá apenas um prolongamento do curso da inelegibilidade, e por curtíssimo espaço de tempo. 

 

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