CNJ abre processo para apurar violação de prerrogativas de advogada grávida no Pará

CNJ abre processo para apurar violação de prerrogativas de advogada grávida no Pará

O Corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, instaurou nesta 4ª feira (11/10) uma Reclamação Disciplinar em face do desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. Na terça-feira (10/10), o desembargador negou o direito de adiamento da sustentação oral a uma advogada que deu à luz poucos dias antes, em 6 de outubro.

O procedimento foi solicitado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelos conselheiros Marcello Terto e Silva e Marcos Vinícius Jardim, representantes do Conselho Federal da OAB no colegiado. Também subscreveu o pedido de abertura da reclamação o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello, indicado ao CNJ pelo Senado Federal.

A OAB do Pará e diversos órgãos do sistema OAB condenaram a violação de prerrogativas da advogada. “A situação é de severa violação das prerrogativas da mulher advogada, previstas em Lei Federal, conforme preceitua o artigo 7º, inciso IV, do Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94). E, ainda, o lamentável episódio evidencia a banalização da discriminação de gênero, inclusive no âmbito do Sistema de Justiça”, diz nota divulgada na terça-feira assinada pelo presidente da seccional, Eduardo Imbiriba, e pelas comissões seccionais de Defesa das Prerrogativas e das Mulheres e Advogadas.

“As prerrogativas asseguram as condições necessárias para que advogadas e advogados atuem em defesa de seus representados. Infelizmente, sua violação sistemática tem sido a realidade do Brasil, já tendo resultado até mesmo na morte de colegas por causa de agressões físicas”, disse o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti.

No caso concreto, afirmou Simonetti, “temos ainda o desprezo do magistrado para com a gravidez, o que torna o episódio ainda mais grave e merecedor de repúdio por parte de quem defende a Constituição, os direitos e garantias individuais e a eliminação das diferenças e preconceitos que prejudicam as mulheres no mercado de trabalho”.

O presidente da OAB disse ainda que, se necessário, a OAB do Pará terá apoio do Conselho Federal, por meio da diretoria nacional, da Procuradoria Nacional de Prerrogativas e das comissões nacionais da Mulher Advogada e de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia.

Com informações da OAB Nacional

Leia mais

TJAM investiga magistrado e servidores por paralisação injustificada de recurso

A Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas determinou a abertura de sindicância para apurar eventual responsabilidade funcional de um magistrado e quatro servidores pela paralisação...

Fachin nega HC e valida reconhecimento fotográfico em processo da chacina do Compaj

Decisão do Ministro Edson Fachin, do STF, inadmitiu o pedido no recurso ordinário em habeas corpus requerido pela defesa de Marcelo Frederico Laborda Júnior,...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Justiça do Trabalho condena farmácia por racismo contra funcionária

A Justiça do Trabalho condenou a rede de farmácias Drogasil ao pagamento de uma indenização por danos morais a...

Mauro Cid pede ao STF extinção da pena e devolução de passaporte

A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, pediu nesta sexta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal...

Bolsonaro pode ficar inelegível até 2060 após condenação

  O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ficar inelegível até 2060 em função da condenação na ação penal da trama golpista. Por...

STF valida aplicação da taxa Selic na correção de dívidas civis

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta sexta-feira (12/9), para confirmar a utilização da taxa Selic...