Appio instaura inquérito para apurar grampo ilegal na cela de Alberto Youssef

Appio instaura inquérito para apurar grampo ilegal na cela de Alberto Youssef

O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou nesta segunda-feira (22/5) a instauração de inquérito para investigar a instalação de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Na decisão, o julgador apontou que os elementos encontrados na sindicância da Corregedoria da Polícia Federal “permitem afirmar que existem indícios concretos e documentos acerca do cometimento de graves delitos, em tese, na referida carceragem”.

O grampo foi encontrado pelo doleiro na sua cela em 2014, quando ele ainda se recusava a colaborar com as investigações da “lava jato”. Na ocasião, a PF alegou que a escuta era antiga e estava desativada. Agora, Youssef obteve até mesmo os áudios do que foi ouvido ilegalmente pelos investigadores. Com isso, o doleiro vai pedir à Justiça Federal de Curitiba a anulação de seu acordo de delação e de suas condenações. As informações são da revista Veja.

No início da “lava jato”, em 2014, Youssef foi apontado como operador financeiro de um esquema de desvios na Petrobras. Ele foi condenado em diversas decisões, mas teve sua pena reduzida porque aceitou relatar sua participação nas irregularidades. A delação do doleiro foi uma das principais bases da “lava jato”.

 

Em depoimento prestado à Corregedoria da Polícia Federal em 2019, Youssef disse ter ouvido falar de um dos presos, cujo nome não se recorda, de que “os presos olharam e puxaram o equipamento para fora, momento em que o depoente fez sinal para que nada falassem e recolocaram o equipamento no lugar”.

De acordo com Youssef, quando seu então advogado Antonio Figueiredo Basto foi ouvi-lo, “para não falar no parlatório que era gravado, escreveu para ele em um papel que tinha encontrado uma escuta na cela”.

Segundo o doleiro, o advogado escreveu no celular que Youssef “deixasse quieto”, pois faria uma petição para o então juiz do caso, Sergio Moro, perguntando se ele havia autorizado uma escuta ambiental na cela. “Entretanto, após Moro dizer que não havia autorizado, o doleiro e os outros presos da cela número 05 tiraram o equipamento”, afirma em trecho do depoimento.

Youssef confirma no depoimento que “não desligaram o equipamento” e que “o equipamento somente foi retirado do local quando o doleiro levou ao parlatório para seu advogado fotografá-lo, sendo que, após, recolocou o equipamento no local onde foi encontrado”.

Processo 5025690-40.2023.4.04.7000

Com informações do Conjur

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