“Não admitiremos retrocessos”, diz presidente da AMB, ao receber homenagem do TJAM em Manaus

“Não admitiremos retrocessos”, diz presidente da AMB, ao receber homenagem do TJAM em Manaus

A presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), juíza Renata Gil, que também foi homenageada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas na tarde desta sexta-feira (3/6) com a Medalha da Ordem do Mérito Judiciário, categoria Grande Mérito, declarou, em seu discurso, que a entidade vem trabalhando para combater retrocessos.

“Estamos trabalhando para mostrar que não admitiremos retrocessos de atingimento ao nosso Poder Judiciário e que vamos avançar em defesa da sociedade brasileira”, declarou, em seu discurso, fazendo também questão de agradecer a todos os presidentes dos tribunais do País que têm apoiado e trabalhado diuturnamente para “defender a democracia e a independência do Poder Judiciário, que é o maior do mundo”, com mais de 75 milhões de processos em tramitação para 18 mil juízes.

A magistrada lembrou ainda que o Judiciário brasileiro está em processo de conversão da Justiça física para a digital em vários Estados e, em comparação a outros países, “o Brasil é quem está se saindo melhor, graças sobretudo ao trabalho e à dedicação dos magistrados”. “Essa homenagem para mim – como estou caminhando para o encerramento da minha gestão na AMB – é a celebração de um trabalho conjunto que gerou muitos resultados positivos e estou muito feliz”, completou, citando, entre outros projetos, a ação humanitária da AMB que acolheu juízas afegãs que condenaram membros do Talibã, no Afeganistão.

De acordo com a AMB, após a tomada do Afeganistão pelo grupo fundamentalista, diversas juízas afegãs se encontraram em situação de perigo. O Talibã impede as mulheres de estudar, de ocupar cargos públicos e de andar na rua sem a escolta de um homem da família. Assim, mais de 250 magistradas pediram asilo humanitário ao governo brasileiro e tiveram o apoio da AMB. “Hoje temos 26 filhos dessas juízas que estão em Brasília, todos cuidados, com emprego, plano de saúde, as 11 crianças estudando em escolas bilíngues, com bolsas de estudo organizadas pela AMB, e também com a ajuda do Executivo e Legislativo brasileiro. Estamos demonstrando ao mundo que o Judiciário brasileiro é exemplo”, acrescentou.

Renata Gil lembrou que o trabalho da AMB foi apresentado recentemente em Washington, nos Estados Unidos, e, ainda, a campanha sinal vermelho de combate à violência contra a mulher – que virou Lei Federal (14.188/2021). “É importante observar que o Brasil ter criminalizado a violência psicológica, está em um patamar de vanguarda em relação a outras legislações do mundo e temos muito orgulho de levar esse trabalho, mostrando também os avanços do Judiciário e de seus magistrados”, completou.

Ainda em seu discurso, a magistrada enfatizou que estava honrada em representar “a Magistratura brasileira, que tem 72 anos de história e é hoje a maior associação de magistrados do mundo, e também todos os magistrados do Amazonas, que como o ministro mencionou (Dias Toffoli em seu discurso), atravessa distâncias gigantescas para atender uma população que muitas vezes é invisibilizada”. “Temos um trabalho de muitas mãos e conto com o apoio dos ministros das Cortes Superiores e o ministro Dias Toffoli foi, na verdade, um grande parceiro nesse movimento da AMB de aproximação da Magistratura com a sociedade. Os projetos que realizamos foram idealizados por mim e pela AMB, mas foram concretizados com apoio do ministro Dias Toffoli, enquanto presidente do STF, e agora com o ministro Luiz Fux, que está à frente da Suprema Corte”, comentou Renata Gil.

Renata Gil foi a primeira mulher a presidir a entidade e disse que tem realizado um trabalho de levar para o Brasil e para o mundo a força dos juízes brasileiros.

Fonte: Asscom TJAM

Leia mais

Reconhecimento Pessoal falho, porém ratificado pelo Juiz não atende a nulidade de ação penal

 O reconhecimento fotográfico do suspeito deve seguir as mesmas formalidades para o reconhecimento presencial. É nulo o reconhecimento que não obedeça aos critérios definidos...

Falta de UTIs na 2ª onda da Covid gera culpa presumida por morte. Amazonas deve indenizar

A falta de serviços médicos essenciais, como a ausência de UTIs em hospitais públicos perante a previsível 2ª onda da pandemia da Covid 19,...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Cobrança de taxas de conveniência na venda de ingressos é legal, fixa STJ

Por maioria, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou legal a cobrança de taxa de conveniência...

J20: STF reúne representantes das Supremas Cortes dos países do G20 no Rio

Presidentes e representantes das Supremas Cortes e dos Tribunais Constitucionais dos países integrantes do G20, grupo que reúne as...

Cessação de pensão por morte exclusivamente por motivo de novo casamento é indevida

A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) deu provimento à apelação da sentença que julgou...

Filha de trabalhador rural obtém direito de receber pensão por morte

A Décima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) determinou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)...