STJ anula decisão em ação sobre valores pagos pelo SUS e manda processo voltar à origem

STJ anula decisão em ação sobre valores pagos pelo SUS e manda processo voltar à origem

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular uma decisão anterior em um processo que discutia a correção dos valores pagos pelo SUS a hospitais particulares. O motivo foi o fato de que o assunto principal da ação — como, por exemplo, se a União deve ser processada nesses casos e se os valores da Tabela SUS podem ser comparados aos da ANS — já está sendo analisado em um julgamento maior, que servirá de regra para todos os casos parecidos.

Esse julgamento maior é chamado de Tema 1305 e está tramitando na Primeira Seção do STJ. Nele, será decidido se a União deve participar obrigatoriamente desses processos, se Estados e Municípios também devem ser incluídos, e se os hospitais conveniados ao SUS podem pedir que os valores pagos sigam os padrões do setor privado.

Ao perceber que o caso fazia parte desse debate mais amplo, os ministros do STJ reconheceram que o tribunal não poderia ter julgado o recurso naquele momento. A regra do Código de Processo Civil é clara: quando um assunto está sendo julgado como repetitivo, os outros processos sobre o mesmo tema devem aguardar a decisão final, para que tudo seja decidido da mesma forma.

Por isso, o STJ acolheu os embargos de declaração — um tipo de pedido usado para corrigir omissões ou contradições em decisões judiciais — e, com efeitos modificativos, anulou as decisões anteriores do próprio Tribunal, mandando o processo de volta para o Tribunal de origem. Agora, esse processo ficará parado até que o STJ conclua o julgamento do Tema 1305, quando então a decisão final deverá seguir o que for definido nesse julgamento repetitivo.

A medida evita decisões diferentes sobre o mesmo assunto em todo o país e reforça a necessidade de respeitar os precedentes qualificados da Justiça. 

EDcl no AgInt no AREsp 2560871 / DF

Leia mais

Falha no dever de restabelecer serviço leva TJAM a majorar danos contra a Amazonas Energia

TJAM reforça que interrupções de serviço essencial revelam o risco da atividade e impõem à concessionária o dever de adotar medidas preventivas eficazes. O caso...

Tempo útil desperdiçado com seguro embutido caracteriza abuso e impõe indenização, decide Justiça

"Para adquirir o empréstimo pretendido o autor foi obrigado a obter serviço não desejado, experimentando a diminuição de seu patrimônio, face a descontos no...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Falha no dever de restabelecer serviço leva TJAM a majorar danos contra a Amazonas Energia

TJAM reforça que interrupções de serviço essencial revelam o risco da atividade e impõem à concessionária o dever de...

Tempo útil desperdiçado com seguro embutido caracteriza abuso e impõe indenização, decide Justiça

"Para adquirir o empréstimo pretendido o autor foi obrigado a obter serviço não desejado, experimentando a diminuição de seu...

Decolar é condenada a indenizar consumidores por falha em pacote turístico durante pandemia

Justiça reconhece relação de consumo, rejeita excludentes de responsabilidade e aplica teoria do risco do empreendimento; danos moral e...

Jornada exaustiva compromete convívio familiar e TRT/MT reconhece dano existencial a motorista

Submetido a jornadas de até 15 horas e com apenas três dias de folga a cada 60 trabalhados, um...