
O aumento de despesas sociais criadas pelo Governo Federal em período de eleições presidenciais, e a mira de Bolsonaro na reeleição devem impactar diretamente os cofres da União, com reflexos negativos ainda neste ano de 2022, com maior intensidade no ano vindouro. As consequências desse quadro negativo deverão ser discutidas por ocasião do momento em que o país discutirá qual o novo modelo fiscal, que será inaugurado, inclusive, com a já promessa de candidatos de que ambos irão mexer no tabuleiro do teto de limite de gastos.
Para Bolsonaro, o pacote trouxe aspectos positivos, pois as medidas aumentaram sua popularidade, e o ajudaram a melhorar sua avaliação na concorrência que disputa com Luiz Inácio Lula da Silva, visando a reeleição. Bolsonaro ainda na aposta em outros caminhos, que sempre desaguam nas contas públicas, à exemplo da oferta de crédito e na área tributária.
O Tribunal de Contas da União poderá definir hoje (21) acerca da política de empréstimos de consignados do Auxílio Brasil, cuja projeção negativa é de alta monta. O Suprocurador Geral de Contas já encaminhou ao Ministro Relator parecer no sentido de que a iniciativa foi uma medida sem que houvesse dotação de interesse público, com objetivos de natureza eleitoral. À prevalecer, inclusive, Nota Técnica emitida pelo administrativo do próprio TCU, a tendência é a suspensão do programa. A onda de bondades pré-eleitorais já ultrapassa R$ 68 bilhões de reais.