Seu Jorge pode ter sofrido racismo, e a prática criminosa não passou despercebida, como se esperava. A polícia de Porto Alegre já abriu investigação sobre o caso. A prova seria um vídeo que circula na internet pelas redes sociais desde o dia de ontem. O cantor se apresentava no Clube Grêmio Náutico União, na capital gaúcha, fato ocorrido na última sexta-feira. Em meio ao som, aparece gritos de macaco que soam da plateia.
Os vídeos teriam sido produzidos por pessoas que estavam na plateia, e os internautas firmam que parte do público teria gritado ofensas depois de o musico convidar um jovem negro para tocar no palco. O show estrelado por Seu Jorge era comemorativo à reinauguração de um salão do clube e o crime teria ocorrido, ainda, enquanto ele e a banda se preparavam para o “bis”.
Seu Jorge ainda fez uso de um discurso em que defendeu não haver a não redução da maioridade penal, fazendo-o para, segundo ele, a proteção de jovens negros de comunidades brasileiras, o que teria motivado, ainda mais, as injúrias raciais. Seu Jorge teria sido chamado, também, de ‘vagabundo’ e ‘safado’.
As autoridades já informaram que requisitaram as imagens para o clube. Na sequência, providências foram tomadas, inclusive com a intimação do presidente do Clube para a prestação de maiores informações com relação ao evento, inclusive sobre a programação da equipe organizadora, a busca de testemunhas e a elaboração de uma lista de pessoas que possam prestar esclarecimentos. A Delegada do caso firmou que os dados serão disponibilizados para qualquer interesse na esfera cível, pois o crime, em si, é do interesse do pretenso ofendido.
Embora o crime esteja definido no artigo 140, § 3º do Código Penal e seja imprescritível, como decidiu o Supremo Tribunal Federal, há aproximadamente 1 ano, há uma condição de procedibilidade, inclusive para a instauração de inquérito policial, que é a iniciativa do ofendido, por meio de representação, como disposto no artigo 145, parágrafo único do Código Penal, pois não se encontra definido na Lei de Racismo,. embora seja uma das modalidades do crime.