A Polícia Federal colhe, no início da tarde desta terça-feira (30), os depoimentos do ex-banqueiro Daniel Vorcaro, do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e do diretor de fiscalização do Banco Central do Brasil, Ailton de Aquino Santos. Após a oitiva individual, caberá à PF avaliar a necessidade de acareação. O representante do BC não é investigado.
Inicialmente, o relator das apurações no Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, havia determinado a acareação. Nesta segunda-feira (29), contudo, o ministro recuou e deixou a providência ao critério da Polícia Federal, a partir da identificação — ou não — de contradições objetivas nos relatos.
A acareação é instrumento típico do processo penal para dirimir inconsistências entre declarações divergentes de investigados, vítimas ou testemunhas, auxiliando o julgador na reconstrução dos fatos. Toffoli sustentou que já há informações discrepantes nos autos do inquérito e que os depoimentos serviriam para reforçar esse quadro.
Desde o início de dezembro, diligências e medidas relacionadas à investigação do Banco Master e de seu controlador passaram a depender de autorização do relator. O inquérito apura a tentativa de venda do banco e aponta que, antes da formalização do negócio, o Master teria forjado e negociado cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito consignado com o BRB — R$ 6,7 bilhões em contratos falsos e R$ 5,5 bilhões em “prêmios”.
O caso culminou na liquidação do Master em 18 de novembro e na prisão de Vorcaro por 12 dias. Ele permanece monitorado por tornozeleira eletrônica.
