Banco que tardou em transferir o carro do cliente cobrado por IPVA deve danos morais no Amazonas

Banco que tardou em transferir o carro do cliente cobrado por IPVA deve danos morais no Amazonas

A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) manteve a sentença que condenou o Banco Fiat/Itaú ao pagamento de indenização por danos morais a um consumidor cujo nome foi indevidamente protestado por débito de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), mesmo após a entrega amigável do bem ao banco.

O julgamento foi definido sob relatoria da desembargadora Joana dos Santos Meirelles, do TJAM, nos autos da Apelação Cível nº 0601596-87.2022.8.04.4600.

O caso teve origem quando o autor da ação pleiteou a inexigibilidade da cobrança, além de compensação pelos danos morais sofridos. A instituição financeira, responsável pela alienação fiduciária do veículo, foi definida como responsável pelo protesto do nome do consumidor em razão de débitos fiscais gerados após a devolução do bem, sem realizar a devida comunicação da transferência junto ao Detran/AM.

A decisão do TJAM seguiu a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), especialmente a Súmula 585, que estabelece que o antigo proprietário do veículo não responde solidariamente pelo pagamento do IPVA caso não realize a comunicação da venda no prazo legal, desde que haja prova da transferência de posse.

Ademais, a jurisprudência do STJ  também reconhece que a instituição financeira, ao intermediar a aquisição de um veículo por meio de arrendamento mercantil ou alienação fiduciária, é responsável pela regularização administrativa do bem.

Ao analisar o caso, a Primeira Câmara Cível do TJAM entendeu que a negligência do banco ao não providenciar a transferência do registro foi determinante para o indevido protesto, causando prejuízos ao consumidor, caracterizando falha na prestação de serviço.

A decisão destacou ainda que o art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) deve ser mitigado, de modo que, uma vez consumada a transferência do bem, ainda que de forma tardia, não subsiste a responsabilidade do antigo dono por débitos fiscais ou infrações posteriores.

Diante disso, foi mantida a sentença que determinou a exclusão do nome do consumidor do protesto indevido e condenou o banco ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00.

A decisão reitera a necessidade de atenção das instituições financeiras na gestão de bens alienados e na observação do cumprimento das normativas relativas à transferência de propriedade de veículos.

Processo n. 0601596-87.2022.8.04.4600 
Classe/Assunto: Apelação Cível / Inexequibilidade do Título / Inexigibilidade da Obrigação

Leia mais

TJAM investiga magistrado e servidores por paralisação injustificada de recurso

A Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas determinou a abertura de sindicância para apurar eventual responsabilidade funcional de um magistrado e quatro servidores pela paralisação...

Fachin nega HC e valida reconhecimento fotográfico em processo da chacina do Compaj

Decisão do Ministro Edson Fachin, do STF, inadmitiu o pedido no recurso ordinário em habeas corpus requerido pela defesa de Marcelo Frederico Laborda Júnior,...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Justiça do Trabalho condena farmácia por racismo contra funcionária

A Justiça do Trabalho condenou a rede de farmácias Drogasil ao pagamento de uma indenização por danos morais a...

Mauro Cid pede ao STF extinção da pena e devolução de passaporte

A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, pediu nesta sexta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal...

Bolsonaro pode ficar inelegível até 2060 após condenação

  O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ficar inelegível até 2060 em função da condenação na ação penal da trama golpista. Por...

STF valida aplicação da taxa Selic na correção de dívidas civis

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta sexta-feira (12/9), para confirmar a utilização da taxa Selic...