TRF3 assegura guarda definitiva de papagaio a mulher que cria o animal

TRF3 assegura guarda definitiva de papagaio a mulher que cria o animal

A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) assegurou a uma mulher a guarda definitiva de papagaio da espécie “Amazona aestiva” e determinou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a concessão da licença ambiental.

A autora da ação disse que possui a ave, conhecida como “papagaio verdadeiro”, desde 1991 e que a criação em cativeiro está de acordo com as normas vigentes à época. A sentença já havia reconhecido o direito de ela permanecer com o animal, mas o Ibama recorreu ao TRF3.

A Lei de Crimes Ambientais (n° 9.605/98) condiciona a criação de animais silvestres à autorização de autoridade competente. A controvérsia gira em torno da aplicação dessa norma a casos anteriores ao início da vigência.

Com base no voto da relatora, desembargadora federal Mônica Nobre, a Quarta Turma apontou a existência de um hiato normativo e considerou o princípio da irretroatividade da lei.

“Observa-se que a existência de verdadeiro hiato normativo, pois a legislação atual não oferece solução para a situação dos animais silvestres retirados da natureza quando assim o permitia a Lei n° 5.197/67”, afirmou a relatora.

Para a magistrada, não é plausível que “uma conduta permanente – criar um animal cuja expectativa de vida é de 80 anos – antes permitida por lei, transforme-se em conduta ilícita, sem que se elabore uma regra de transição para aqueles criadores que já tinham consigo o animal silvestre”.

Assim, a Quarta Turma assegurou à proprietária do papagaio “Otcho” a guarda definitiva da ave.

Apelação Cível 0001208-28.2013.4.03.6116

Com informações do TRF3

Leia mais

Fuga prolongada legitima prisão preventiva em caso de estupro de vulnerável, fixa STJ

A fuga por mais de oito anos legitima a manutenção da prisão preventiva e afasta a alegação de ausência de contemporaneidade da medida. Segundo...

STJ: Mulher vítima de agressões domésticas reiteradas sofre danos que vão além do tipo penal do crime

STJ reconhece que a reiteração das agressões e o trauma psicológico justificam o aumento da pena-base por refletirem maior reprovabilidade da conduta e consequências...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Fuga prolongada legitima prisão preventiva em caso de estupro de vulnerável, fixa STJ

A fuga por mais de oito anos legitima a manutenção da prisão preventiva e afasta a alegação de ausência...

Castro e Moraes discutem operação e retomada de territórios no Rio

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reuniu-se nessa segunda-feira (3), com o ministro do Supremo Tribunal Federal...

Adepol aciona STF contra lei do Rio que impede delegados de chefiar forças de policiamento ostensivo

A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7895) no Supremo...

STF: Minas Gerais não foi omissa na criação da Polícia Penal

O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que não houve omissão do governo de Minas Gerais na instituição da Polícia...