Filho, ex-marido e mais dois réus são condenados por morte de mulher e de seu companheiro

Filho, ex-marido e mais dois réus são condenados por morte de mulher e de seu companheiro

Um crime brutal levou o Conselho de Sentença a acolher a tese da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Timbó e condenar quatro criminosos. Os Promotores de Justiça Tiago Davi Schimitt e Alexandre Daura Serratine atuaram no Tribunal do Júri em uma sessão que durou 17 horas. O julgamento do ex-marido, do filho e de mais dois homens pelo assassinato de uma mulher e de seu companheiro começou 9h da manhã do dia quinta-feira (24/08) e terminou às 3 horas da madrugado de sexta-feira (25Q08) no auditório na Câmara de Vereadores da cidade.

A decisão de matar a ex-companheira e mãe de um dos mandantes do crime foi tomada depois que ela começou um novo relacionamento amoroso. Os crimes ocorreram no dia 22 de julho de 2022. A trama de pai e filho envolveu a contratação de dois homens que pertencem a uma organização criminosa para executarem a ação criminosa. A motivação: evitar a divisão de bens depois do divórcio.

Pela condenação imposta pelo Tribunal do Júri, o Juiz da Vara Criminal da Comarca de Timbó sentenciou Agenor Manoel Francisco, ex-marido da vítima Eliana Maria Stikel Francisco, a 43 anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicial fechado e seis meses de detenção em regime aberto. Ele foi condenado pela morte de Eliana por feminicídio e por homicídio qualificado pela morte do companheiro dela, Agostinho Petry, ambos os crimes com as qualificadoras de promessa de recompensa, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de fraude processual.

Maicon Manoel Francisco, filho de Eliana, foi condenado a 36 anos e seis meses de reclusão em regime inicial fechado e seis meses de detenção em regime aberto, pelos mesmos crimes do pai, com o agravante de o homicídio ter sido cometido contra sua mãe.

Nicolas Cardoso Tavares Pinto foi condenado a 32 anos, seis meses e vinte dias de reclusão em regime fechado e seis meses de detenção em regime aberto pelos crimes de feminicídio e homicídio qualificado (motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), além de fraude processual e participação em uma organização criminosa.

Lucas Eduardo Dalanhol foi sentenciado a 39 anos, 11 meses e dez dias de reclusão em regime fechado e seis meses de detenção em regime aberto, pelos mesmos crimes cometidos por Nicolas.

Os crimes 

A desavença entre Agenor e Eliana se acentuou em setembro de 2021, quando a mulher resolveu se divorciar. Depois de um certo tempo, ela passou a ter um novo relacionamento com Agostinho Petry. Inconformado, Agenor chegou a descumprir uma medida protetiva imposta contra ele. O plano dele e do filho do casal para assassinar Eliana e o companheiro começava nessa fase.

Os dois tramaram os assassinatos de Eliana e de Agostinho para evitar a divisão de patrimônio. Foi então que Agenor e Maicon contrataram Nicolas e Lucas para executarem o plano de dar fim ao casal.

No dia do crime, Lucas e Nicolas se dirigiram até a residência de Eliana, renderam e amarraram as vítimas e passaram a agredi-las. Eliana e Agostinho foram feitos reféns dos criminosos por várias horas. Após mantê-los presos na residência do casal, os criminosos, seguindo a ordem dos mandantes, concretizaram o plano de matar as duas vítimas.

Fraude processual 

Depois de matarem o casal, os executores modificaram a cena do crime para apagar vestígios da presença de Agenor e Maicon no local, inclusive retirando da residência a caminhonete de Agostinho para¿induzir a perícia ao erro, simulando que os homicídios teriam sido praticados por roubo. Pai e filho, que encomendaram os crimes, ainda retiraram um HD do sistema de monitoramento das câmeras de segurança da casa.

O Juízo manteve a prisão preventiva dos réus e negou-lhes o direito de recorrer da sentença em liberdade.

Processo n. 5004255-76.2022.8.24.0073/SC

Com informações do MPSC

Leia mais

Promoção pessoal de prefeita e vice-prefeito em redes sociais é vedado, aponta Promotora em Nova Olinda

MPAM identificou uso reiterado de nomes, imagens e slogan da atual gestão em publicações oficiais, o que viola o princípio da impessoalidade e pode...

TCE/AM aponta repasses irregulares de verbas da saúde a municípios, mas nega suspensão das transferências

Tribunal aponta falhas na distribuição de recursos do SUS pelo Governo do Amazonas e segue apuração técnica, sem suspender os pagamentos. A decisão é...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Associação questiona no STF transposição de cargos para Guarda Municipal de Colatina (ES)

A Associação Nacional de Altos Estudos de Guarda Municipal (Anaegm) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra...

“Lugar errado, hora errada”: defesa convence e réu é absolvido

A clássica situação de estar no lugar errado, na hora errada, foi explorada pela defesa de um homem processado...

STJ mantém condenação de ex-prefeito de Maricá (RJ) por fechamento de aeródromo em 2013

​Entendendo que houve criteriosa análise das provas e correta aplicação da lei, o desembargador convocado do Superior Tribunal de...

Homem tem condenação mantida por estelionato em contrato de construção civil

A 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve condenação de homem...