Afirmar que todos os bolsonaristas são terroristas caracteriza calúnia. Esse é o entendimento da juíza Fernanda Yumi Hata, da Vara Criminal de Itatiba (SP), que condenou um professor à reclusão em regime semiaberto por postar imagens de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais e afirmar que todos são terroristas.
Em janeiro de 2023, após os atos golpistas em Brasília, o homem publicou em suas redes sociais fotografias com nome e profissão de três pessoas, chamando-os de terroristas e golpistas.
Em outra publicação, ao lado da imagem de um motorista, escreveu: “Bolsonaristas são todos terroristas, todos, pois mesmo quem não esteve presente no quebra-quebra de Brasília apoiou, incentivou e aplaudiu”.
Os alvos das publicações apresentaram uma queixa-crime à Justiça, dizendo que as acusações eram infundadas e que o professor havia colocado suas integridades físicas em risco. “Sem qualquer prova, ele propagou ofensas em face da honra de pessoas que são seus desafetos de forma gratuita”, afirmou à Justiça a advogada Janaína Lima, que representa os citados.
A defesa de Rigolo disse à Justiça que “não houve a intenção, por parte do réu, de caluniar, difamar e injuriar as pessoas citadas, mas, sim, de expressar sua livre manifestação de pensamento”. De acordo com a defesa, as manifestações foram realizadas em razão do contexto político da ocasião.
A juíza não concordou com a argumentação e o condenou a uma pena de um ano, quatro meses e 20 dias de detenção em regime semiaberto, além de uma multa de R$ 1.315,60.
“Apesar da negativa do réu, não há como acreditar na sua versão, pois há prova material, quais sejam os prints da rede social Facebook que demonstram de forma clara e inequívoca que ele caluniou as vítimas, eis que as chamou de golpistas e terroristas, fatos esses criminosos”, assinalou a juíza.
Com informações do Conjur