Motorista descredenciado por assédio da Plataforma tem recurso negado

Motorista descredenciado por assédio da Plataforma tem recurso negado

Por denuncias de direção perigosa e assédio sexual o motorista teve seu perfil suspenso da Plataforma de serviços de transporte de passageiros. Na primeira instância o magistrado julgou improcedente o pedido de reativação da conta, e por consequência negou os danos morais dito consequentes do ato de exclusão.

Com a sentença, a irresignação do interessado não apenas combateu a decisão que lhe foi desfavorável, mas trouxe um fato novo, o de que sequer estava trabalhando no dia em que ocorreu a exclusão. Fatos novos não podem ser apreciados pelo Tribunal de Justiça se sequer foram levados ao conhecimento do juízo recorrido. Nessas hipóteses, o recurso não prospera, firmou a Desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Guedes, do TJAM.

A apelação, com efeito devolutivo, apenas devolve ao Tribunal de Justiça o reexame da matéria, não comportando a apreciação de fatos e teses que não foram levados ao juízo de origem, pois o fenômeno corresponderá a uma supressão de instância, o que é vedado no ordenamento jurídico brasileiro. 

A pretensão não deduzida na petição inicial não pode ser analisada no julgamento do recurso de apelação por constituir evidente inovação da lide em sede recursal, em completa afronta ao princípio do contraditório. A apelação devolverá ao Tribunal o conhecimento da matéria impugnada, não se aceitando a apreciação de questões que não tenham sido discutidas por intermédio da ação debatida no recurso.

 Aquele que obtiver uma decisão judicial desfavorável aos seus interesses poderá recorrer deste provimento, nos termos da lei ordinária, respeitando para tanto, determinados requisitos que, se inobservados, levarão ao não conhecimento do recurso manejado, impossibilitando a manifestação do Tribunal, consequência lógica do duplo grau de jurisdição que é restrito e não amplo.

Processo: 0735011-29.2021.8.04.0001     

Leia o acórdão:

Apelação Cível / Indenização por Dano Material Relator(a): Maria do Perpétuo Socorro Guedes Moura Comarca: Manaus Órgão julgador: Segunda Câmara Cível Data do julgamento: 27/11/2023Data de publicação: 27/11/2023 Ementa: APLICATIVO DE TRANSPORTE. DESCREDENCIAMENTO DE MOTORISTA PARCEIRO. INOVAÇÃO RECURSAL. TESES NÃO LEVANTADAS NO PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO. RECURSO NÃO CONHECIDO. 1. Em razões recursais de fls. 137-141, o apelante alega que no dia da suposta acusação o recorrente não estava trabalhando. Afirma ainda sobre o dever de observância do princípio da informação. 2. Sobreleva gizar, que os argumentos configuram alteração da causa de pedir e inovação recursal, o que não se admite em nosso sistema jurídico na fase recursal. 3. Da analise da petição inicial (fls. 01-17) e réplica (fls. 114-115) verifica-se que o apelante não suscitou as teses acima citadas. 4. Tem-se, pois, a hipótese de inovação recursal, trazendo-se elementos aos quais não foram objeto da sentença guerreada, inobservando a necessária dialética processual. 5. Apelação não conhecida. 

Leia mais

Justiça em Coari: homem acusado injustamente de homicídio é inocentado

Isaac Nogueira Ferreira foi absolvido da acusação injusta de ter matado Francisco da Frota Filho no município de Coari, distante 373 quilômetros de Manaus....

TJAM convoca 120 candidatos para estágio em Direito

A Secretaria de Gestão de Pessoas divulgou o edital da 8.ª Convocação – SPED2024/02, da Seleção Pública para Estágio de Nível Superior em Direito...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Passageiro que teve mala extraviada deve ser indenizado por companhia aérea

A Justiça cearense concedeu a um passageiro que teve sua mala extraviada e os pertences perdidos, o direito de...

Motorista embriagado que provocou acidente de trânsito é condenado a 16 anos de prisão

Um homem acusado de provocar duas mortes no trânsito ao dirigir embriagado foi condenado em júri realizado na comarca...

Dino manda soltar empresário procurado pelo governo da Turquia

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (8) a soltura do empresário Mustafa Göktepe,...

Salão de beleza indenizará mulher após infecção causada por procedimento

A 26ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, em parte, decisão da 2ª...