CNJ pune Juiz do Amazonas por omissão diante de ofensas a advogada em Júri

CNJ pune Juiz do Amazonas por omissão diante de ofensas a advogada em Júri

Sob a presidência do Ministro Luís Roberto Barroso, o CNJ julgou, nesta terça-feira, 11 de fevereiro, o Processo Administrativo Disciplinar nº 0002989-66.2024.2.00.0000, com relatoria da Conselheira Renata Gil. Em pauta, a conduta do Juiz Carlos Henrique Jardim, acusado de omissão durante uma sessão do júri no Amazonas, após ofensas dirigidas à advogada Catharina Estrella.

Durante a sessão, os Conselheiros concluíram a apuração da omissão do juiz Carlos Henrique Jardim da Silva, ocorrida em audiência na 3ª Vara do Tribunal do Júri, no dia 12 de setembro, em Manaus.

O magistrado não adotou medidas para conter o comportamento do promotor de Justiça Walber Nascimento, que comparou a advogada Catharina Estrella a uma cadela e fez questionamentos às testemunhas com palavrões e frases depreciativas, em evidente violação de deveres funcionais.

Por unanimidade, o CNJ decidiu aplicar pena de censura ao juiz. Em seguida, por maioria, o Ministro Luís Roberto Barroso determinou o encaminhamento da decisão ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para que o órgão analise a possível prática do crime de violência institucional por parte do Promotor.

Os Conselheiros entenderam que o juiz, na qualidade de agente público, permitiu que um terceiro intimidasse a vítima de crimes violentos, resultando em uma revitimização indevida durante a sessão plenária do júri, em Manaus.

Isso porque, durante o julgamento, tanto a vítima do processo de feminicídio quanto as testemunhas mulheres e a advogada foram comparadas a uma cadela. Segundo a Relatora, a sessão do júri mais parecia um bar do que uma Corte de Justiça.

A Conselheira Renata Gil destacou que Carlos Jardim violou claramente os deveres impostos pelo Código de Processo Penal, pois cabe ao magistrado, no júri, dirigir os debates e intervir em casos de abuso ou excesso de linguagem de qualquer das partes. No entanto, o juiz permaneceu inerte, sem tomar qualquer providência.

A retirada do magistrado da ativa, atualmente aposentado por invalidez, foi considerada irrelevante, uma vez que, segundo a Conselheira Renata Gil, a medida pode ser revertida por ato do próprio CNJ.

Leia mais

DPE-AM leva ao STJ novos relatos sobre uso de explosivos em operações da PF no Rio Madeira

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) protocolou, no dia 14 de outubro, petição no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com novos documentos...

Justiça manda Prefeitura de Fonte Boa nomear servidores aprovados em concurso de 2022

Decisão impõe prazo de 48 horas e multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento A Justiça do Amazonas determinou que a Prefeitura...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Lula sinaliza nomeação de Jorge Messias ao STF apesar de pressão por Pacheco

Presidente reforça confiança no atual advogado-geral da União e pode anunciar escolha nos próximos dias. O presidente Luiz Inácio Lula...

Trump revive a Doutrina Monroe e autoriza CIA a atuar secretamente contra Maduro

Em decisão que reacende memórias da Guerra Fria e da antiga Doutrina Monroe, o ex-presidente Donald Trump confirmou ter...

DPE-AM leva ao STJ novos relatos sobre uso de explosivos em operações da PF no Rio Madeira

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) protocolou, no dia 14 de outubro, petição no Superior Tribunal de...

Amazonas Energia deve garantir fornecimento contínuo em Codajás

A Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas manteve decisão liminar proferida pela Vara Única da Comarca...