TJ revoga decisão de juiz que solicitou aditamento de denúncia ao MP

TJ revoga decisão de juiz que solicitou aditamento de denúncia ao MP

A iniciativa do aditamento de uma denúncia deve ser exclusiva do Ministério Público, não cabendo ao juiz invocar o acusador, sob pena de completa subversão da lógica processual e da imparcialidade.

Esse foi o entendimento da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná para dar provimento a Habeas Corpus em que a defesa pedia o reconhecimento da nulidade de despacho que pedia o aditamento de denúncia contra um homem acusado de integrar organização criminosa. Ele também foi acusado pelo MP de lavagem de dinheiro.

No HC, a defesa aponta que decisão questionada intimava o MP a aditar denúncia incluindo na ação penal fatos relacionados ao réu que não constavam na denúncia original. Os advogados pediram ainda o desentranhamento do aditamento e o trancamento da ação penal.

Ao analisar o caso, o relator, desembargador Kennedy Josué Greca de Mattos, afirmou que a responsabilidade de promover ação penal é do MP, sendo vedado ao juiz ampliar ou modificar os limites estabelecidos pela acusação.

“Dessa forma, o aditamento da denúncia deve ser uma iniciativa do Ministério Público, não podendo ser provocado pelo juízo, em respeito ao sistema acusatório. No caso em tela, identifico que, de fato, restou configurado o constrangimento ilegal em desfavor do paciente após o ‘aditamento provocado’ da denúncia”, afirmou.

Diante disso, o relator votou pelo provimento do HC e foi acompanhado pelo colegiado por unanimidade.

Processo 0024290-87.2025.8.16.0000

Com informações do Conjur

Leia mais

STJ: recurso sobre remoção de professor entre universidades fica suspenso até definição em repetitivo

Por motivo de saúde, professor da UFAM obteve remoção para a UFSCar, mas universidades recorreram. Ministro Herman Benjamin determinou o sobrestamento do processo até...

Sem prova da dívida, quem cobra não pode negativar e terá de pagar pelos danos causados

Quitado o débito de R$ 109,00, financeira manteve consumidora nos cadastros de inadimplentes e cessionária ainda promoveu nova negativação; Justiça do Amazonas reconheceu ilicitude...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Sósia de cantor sertanejo deve ser indenizado

O 4º Núcleo de Justiça 4.0 – Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) aumentou o valor...

STF tem maioria para manter nomeação de parentes para cargos políticos

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quinta-feira (23) maioria de votos para manter a regra da Corte que...

Misoginia deve ser tratada como crime de discriminação, aprova senado

O combate à discriminação contra as mulheres pode ganhar um novo instrumento legal com a inclusão da misoginia na...

TJDFT confirma condenação de empresa por vender petisco canino com substância tóxica

A 4ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) confirmou a condenação da empresa...