Há poucos dias de Ricardo Lewandowski ser chamado a se aposentar como Ministro do STF, além da possibilidade, por iniciativa do Ministro, de haver uma antecipação do ato de aposentação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tendeu a se inclinar por dois nomes que seriam os de sua preferência para compor a Suprema Corte, por sua nomeação: Cristiano Zanin – seu advogado e responsável pela anulação de sua condenação – e Almeida Neto – que foi assessor de Lewandowski- no STF e tem a ‘simpatia’ do Ministro para sucedê-lo. Os ventos não sopram favoráveis à Zanin, até então.
Zanin desfruta da amizade e confiança do presidente. Lula chegou a dizer que todos entenderiam se ele nomeasse Zanin para a vaga de Lewandowski. Mas, o curso das circunstâncias mudou. Há dois meses o presidente Lula vem recebendo sugestões de nomes para a cadeira do STF que miram na vaga a ser preenchida no mês de maio.
Há dois fatores que estão circundando o processo de escolha pelo presidente da República. O primeiro, Lewandowski é considerado pelos petistas como o mais leal ministro que Lula indicou para o STF e o ministro tem sua preferência pelo nome de Manoel Carlos de Almeida e, em contrapartida, há falta de apoio político no Congresso à Zanin, situação não correspondente a Manoel Carlos.
O ex-juiz e atual Senador Sérgio Moro, inclusive, manifestou-se que a indicação de Zanin agrediria ao princípio da impessoalidade e promete criar óbices no Senado. O temor é o que o Senado procrastine a ‘sabatina’ a Zanin, imprescindível para o procedimento de nomeação.
De outra banda, Zanin também enfrenta um rompimento danoso com o sogro, também advogado e que tem relações de amizade com o presidente Lula. Trata-se de Roberto Teixeira, que foi advogado com o genro em escritório. Teixeira teria dito a pessoas de sua relação, próximas ao presidente, de que se contasse tudo sobre o genro ele não seria chamado nem para reserva de time de segunda divisão.