Réus acusados de furto de comida são absolvidos por não se comprovar retirada oculta de comida

Réus acusados de furto de comida são absolvidos por não se comprovar retirada oculta de comida

Por entender que a ação se baseava apenas na palavra da suposta vítima, a 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu três empregados da cozinha de um restaurante acusados de furto de 15 quilos de comida, entre carnes, legumes e guarnições.

O proprietário do restaurante apresentou imagens do circuito de câmeras do estabelecimento que mostravam os réus separando comida e levando embora.

Em sua defesa, os empregados disseram que o dono do restaurante os autorizava a levar alguns alimentos não aproveitados, pois costumava sobrar comida todos os dias.

Os réus foram condenados em primeira instância a três anos e cinco meses de prisão em regime aberto e pagamento de 16 dias-multa. Posteriormente, a pena de prisão foi substituída por mais dez dias-multa e limitação nos fins de semana.

Só pela câmera

No TJ-SP, o desembargador Marcelo Gordo, relator do caso, observou que o dono do restaurante não presenciou o suposto furto, mas apenas viu nas câmeras de segurança imagens dos réus levando comida.

Conforme depoimentos de testemunhas, o fluxo de clientela do estabelecimento vinha caindo há algum tempo. Segundo Gordo, o proprietário “possuía motivações de cunho patrimonial, o que obriga maior cuidado na verificação dos fatos, já que poderia ensejar uma denunciação caluniosa em prejuízo dos réus”.

Além disso, a prova oral comprovou que o proprietário autorizava os empregados a levar sobras de comida. E o próprio dono admitiu que isso acontecia, mas apenas para alimentos previamente designados por ele.

O laudo pericial feito feito sobre as imagens das câmeras apenas concluiu que os réus colocaram o que parecia ser alimentos em um saco plástico.  

“A mera comprovação de que os réus separavam mercadorias em sacolas e as levavam não se mostra suficiente para robustecer o quadro probatório, especialmente ante a necessidade de esclarecimentos quanto ao tipo da mercadoria levada, mormente porque algumas, conforme admitido pelo próprio ofendido, eram autorizadas”, assinalou o relator.

Assim, o desembargador entendeu que os indícios de autoria não se confirmaram e foram “insuficientes a lastrear a condenação”.

Processo 1503058-57.2020.8.26.0576

Com informações conjur

 

 

 

Leia mais

MPF recomenda fiscalização rigorosa sobre método de extração do ouro

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Agência Nacional de Mineração (ANM) e aos órgãos estaduais de meio ambiente dos estados do Amazonas, Acre,...

Alegação de falsa assinatura exige perícia e afasta competência dos Juizados, define Turma Recursal

A alegação de falsa assinatura, por si só, já impõe a necessidade de perícia grafotécnica e, com isso, afasta a competência dos Juizados Especiais. Foi...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Justiça condena mulher por furto de celular em shopping de Brasília

A 7ª Vara Criminal de Brasília condenou uma mulher por furto qualificado de um aparelho celular em quiosque de...

MPF recomenda fiscalização rigorosa sobre método de extração do ouro

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Agência Nacional de Mineração (ANM) e aos órgãos estaduais de meio ambiente...

Sem aditivo contratual escrito sobre teletrabalho, corretora terá de pagar horas extras a gerente

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a XP Investimentos Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários...

Servidora consegue redução de jornada para acompanhar tratamento da filha com autismo

A 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) manteve sentença que reconheceu o direito de uma...