O direito ao prazer encontra limites na preservação da saúde, analisa Conselho

O direito ao prazer encontra limites na preservação da saúde, analisa Conselho

Uso de psicoativos para potencializar o prazer do sexo gera riscos à sáude. As substâncias usadas podem variar, mas é preciso cuidado já que algumas delas podem aumentar o risco de AVC, de contrair alguma doença sexualmente transmissível ou até pode levar a óbito.

Uma discussão em uma rede social sobre o aumento, principalmente, de jovens que fazem uso de substâncias para “turbinar” suas relações sexuais, ação denominada como “chemsex”, chamou a atenção dos usuários e gerou muitas dúvidas acerca do assunto. Afinal, o que é essa prática e quais são os riscos?

O termo “chemsex” é derivado das palavras “chemical” (químico) e “sex” (sexo) e não possui uma tradução específica para o português. As substâncias comumente associadas a esse tipo de prática são usadas com o propósito de desinibir e intensificar o ato sexual e incluem GHB (gama-hidroxibutirato), metanfetaminas (como a mefedrona, também conhecida como “meph” ou “M-Cat”), cocaína e estimulantes sexuais conhecidos como “poppers”. 

Substâncias legalizadas, como o álcool, também podem ser empregadas com essa finalidade. Embora não existam estudos que abordem especificamente o consumo isolado de álcool nesse contexto, há relatos na mídia indicando que a associação entre álcool e atividade sexual tem se tornado mais comum, especialmente entre os jovens. Esses relatos sugerem que alguns jovens recorrem ao álcool como uma maneira de se desinibirem e relaxarem durante a atividade sexual.

As substâncias usadas podem variar, mas é preciso cuidado já que algumas delas podem aumentar o risco de AVC, de contrair alguma doença sexualmente transmissível ou até pode levar a óbito. É o que explica Isabela Sobrinho, conselheira federal de Farmácia pelo Acre e membro do GT de Saúde Pública do Conselho Federal de Farmácia (CFF). ”A prática sexual com uso dessas substâncias já é uma realidade e o nosso papel como farmacêutico é o de orientar sobre os possíveis riscos”.

Segundo reportagem publicada pelo El País, em Londres, onde o fenômeno já é um problema de saúde pública, algumas clínicas chegam a registrar 100 casos por mês relacionados a essa prática. 

A farmacêutica reflete que, no Brasil, o risco pode ser ainda maior, visto que é difícil realizar o controle de qualidade das substâncias, já que muitas são oriundas do mercado clandestino. A conselheira afirma que “o uso de qualquer substância psicoativa traz riscos inerentes e a combinação entre elas podem facilitar overdoses ou provocar fatalidade”.

Ao reconhecer as complexidades do uso de substâncias, Isabela Sobrinho, acredita que a sociedade pode avançar para estratégias que busquem tratar as raízes do problema. Devemos lembrar que o vício muitas vezes está entrelaçado com questões de saúde mental, traumas e desafios sociais e que o nosso papel como farmacêutico é, acima de tudo, o de acolhimento”, conclui.

Fonte Conselho Federal de Farmácia

Leia mais

Uso de guindastes no Bumbódromo será monitorado e segue novas regras da Justiça do Trabalho

Após inspeção judicial realizada nessa quarta-feira (25), a Justiça do Trabalho estabeleceu novas medidas de segurança para a operação com guindastes durante o 58º...

TJAM participará do I Mutirão Penal do Plano Pena Justa a partir de 30 de junho

O Tribunal de Justiça do Amazonas participará, de 30/06 a 30/07, do “I Mutirão Processual Penal – Plano Pena Justa”, promovido pelo Conselho Nacional de...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF manda TJRO entregar dados sobre retroativos de juízes por suspeita de quebra de isonomia

A violação aos princípios da isonomia, moralidade e publicidade na execução administrativa de valores retroativos de Adicional por Tempo...

Governo ainda avalia se vai ao Supremo por IOF, diz AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) divulgou nota nesta quinta-feira (26) em que nega haver uma determinação do governo de...

Justiça garante jornada reduzida a servidora que cuida de filha com autismo

A 2ª Turma Recursal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) confirmou o direito de uma servidora pública...

Comissão aprova gratuidade de passagem aérea nacional a pessoas com deficiência

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que...