Condômino recebe reparação de danos por não implantação de área comercial prometida

Condômino recebe reparação de danos por não implantação de área comercial prometida

A propaganda enganosa por descumprimento do anúncio  quanto à entrega de áreas comerciais em condomìnio habitacional deve ser convertida em perdas e danos a favor do condômino

Com voto do Desembargador Yedo Simões de Oliveira, do TJAM, a Segunda Câmara Cível do Amazonas definiu pela legitimidade da pessoa pedir, em nome próprio, ainda que proprietário de imóvel em um condomínio residencial, o direito a perdas e danos por anúncio não cumprido da implantação de áreas comerciais após a entrega do empreendimento e com a falha dos serviços.

O condômino tem legitimidade ativa para exigir perdas e danos, incluindo danos morais, se a construtora não cumprir a promessa de disponibilizar a área comercial conforme propaganda divulgada. Ele pode buscar indenização pela desvalorização do imóvel e danos morais ao invés de exigir a construção da área de lazer, caso isso se torne inviável.

No caso examinado o autor demonstrou que foi atraído para adquirir o imóvel da Construtora tão somente pelas promessas de construção das áreas ditas alardeadas sem que se efetivasse a construção. O centro comercial prometido sequer foi iniciado quando inaugurada a obra.

O autor pediu a conversão em perdas e danos, em razão da valorização que o imóvel deixou de ter pela falta de áreas comerciais, além de que a obrigação se tornou de difícil ou de impossível execução. Narrou o condômino que o empreendimento não conta sequer com uma padaria, mercadinho ou farmácia, obrigando os moradores a se locomoverem por quilômetros até o bairro mais próximo para atendimento de necessidades básicas de consumo.

Na primeira instância as razões do autor foram julgadas improcedentes. Com o recurso se concluiu que restou caracterizada a propaganda enganosa por área destinada ao comércio que se evidenciou faltante no Condomínio. As edificações dessa área foram prometidas em publicidade e no contrato, apontando-se a impossibilidade atual da sua execução.

Para que o autor não sofresse os reflexos negativos da inexecução, foi determinada a conversão das perdas em danos indenizáveis, bem como a apuração dessas perdas em liquidação de sentença, limitada a R$ 15 mil contra a Direcional Engenharia em face das falhas na construção do condomínio Bem ViverTotal Ville – Etapa Vida Nova.

Processo: 0625789-73.2014.8.04.0001

Leia a ementa:

Apelação Cível / EfeitosRelator(a): Yedo Simões de OliveiraComarca: ManausÓrgão julgador: Segunda Câmara CívelTribunal de JustiçaAmazonasEmenta: APELAÇÃO CÍVEL – DIREITO DO CONSUMIDOR – PROMESSA DE ÁREA COMERCIAL EM CONDOMÍNIO – AUSÊNCIA DE PROVA DA CONSTRUÇÃO DO CENTRO COMERCIAL PACTUADO E CONSTANTE DO INFORME PUBLICITÁRIO – PROPAGANDA ENGANOSA CONFIGURADA – DESVALORIZAÇÃO OU NÃO VALORIZAÇÃO DO IMÓVEL QUE DEVE SER APURADA EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – LIMITAÇÃO DO QUANTUM AO VALOR PECUNIÁRIO PLEITEADO À INICIAL – SENTENÇA REFORMADA NO PONTO DEVOLVIDO – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 

Leia mais

TRF1 analisará pedido do Amazonas para suspender medidas de reparação a órfãos da Covid

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região vai decidir se concede ou não efeito suspensivo ao recurso interposto pelo Estado do Amazonas contra decisão...

Amazonas é condenado por não devolver bens apreendidos após arquivamento criminal

 A Justiça do Amazonas condenou o Estado a indenizar após constatar que bens apreendidos em 2018 — dois notebooks Dell e um celular LG...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Aliados de Bolsonaro apostam em nova ofensiva com uso da Lei Magnitsky após condenação no STF

O julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão...

Tatuador é condenado após atender adolescente de 16 anos sem autorização

Um tatuador do Vale do Itajaí foi condenado por lesão corporal gravíssima depois de tatuar um adolescente de 16...

Operadora de plano de saúde não é obrigada a custear exame feito no exterior, decide STJ

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que as operadoras de planos de saúde...

STF firma tese de que crimes contra a democracia devem ser analisados em contexto histórico

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal consolidou, por maioria, o entendimento de que crimes contra a democracia não...