AGU vai atuar para evitar ações judiciais contra o INSS

AGU vai atuar para evitar ações judiciais contra o INSS

A Advocacia-Geral da União (AGU) vai fortalecer a atuação preventiva com o objetivo de reduzir a judicialização indevida de demandas previdenciárias contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O trabalho será realizado por meio da Coordenação de Prevenção de Litígios (CPL). A unidade, criada pelo INSS, integra a estrutura da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS (PFE/INSS), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU) que atua na representação judicial e extrajudicial da autarquia previdenciária.

A missão da Coordenação de Prevenção de Litígios é promover a convergência entre as práticas administrativas do INSS e a atuação judicial da Procuradoria-Geral Federal (PGF), contribuindo para a qualificação do processo administrativo previdenciário e o fortalecimento da segurança jurídica no âmbito da seguridade social. A PGF é o braço da AGU que representa as autarquias e fundações públicas federais. A nova coordenação será dirigida pela procuradora federal Camila Gomes Peres, que retorna à PFE/INSS após ter atuado no órgão entre 2015 e 2019.

Eixos estratégicos

A atuação da Coordenação de Prevenção de Litígios está estruturada em três eixos estratégicos. O primeiro é o tratamento de focos de judicialização, com ações voltadas à identificação, correção e prevenção de falhas administrativas que resultam em demandas judiciais. O segundo eixo foca no aprimoramento da comunicação interinstitucional, por meio da criação de canais de interlocução entre o INSS, a PGF e o Poder Judiciário, inclusive com a designação de pontos focais regionais para fortalecer o diálogo em nível local.

O terceiro eixo é voltado à qualificação do processo administrativo previdenciário e à integração com a defesa judicial, com um acompanhamento eficaz dos trâmites administrativos, de forma a reportar, diligenciar e apoiar o INSS no aprimoramento do processo administrativo previdenciário.

A CPL também está desenvolvendo, em parceria com o INSS, um programa para combater o uso indevido da imagem institucional, como em casos de empresas, aplicativos ou instituições que se utilizam sem autorização dos símbolos e marcas oficiais da autarquia como forma de induzir a erro os segurados e beneficiários da previdência social.

Maior litigante

Segundo dados de 2025 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o INSS é atualmente o maior litigante do país, figurando com mais de 5 milhões de processos judiciais — o que representa 4,97% do acervo nacional. Nesse contexto, a atuação estratégica da CPL visa contribuir para a efetividade dos direitos fundamentais à previdência e à assistência social, além de colaborar para o aprimoramento da administração pública federal e para a redução da sobrecarga do Judiciário.

“Ao assumir o papel de interlocução técnico-jurídica entre os principais atores da política previdenciária, a nova coordenação reforça o compromisso da AGU com a promoção da eficiência, da legalidade e da dignidade da pessoa humana no âmbito da seguridade social”, destaca a procuradora federal Camila Gomes Peres.

Com informações da AGU

Leia mais

Preparo recursal não comprovado em 48 horas independe de intimação e acarreta deserção no Juizado

A 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por decisão monocrática do juiz Francisco Soares de Souza, não...

Facilitar o furto violando a proteção da coisa configura qualificadora mesmo sem perícia, decide STJ

A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça reafirmou que o rompimento de obstáculo pode ser reconhecido como qualificadora do crime de furto mesmo...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Laboratório e banco poderão usar geolocalização como prova em pedidos de horas extras

Em duas decisões recentes, órgãos colegiados do Tribunal Superior do Trabalho consideraram válido o uso da geolocalização como prova...

TST mantém condenação por trabalho escravo em garimpos na Amazônia

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu a legitimidade do Ministério Público do Trabalho (MPT) para...

STJ: mau estado do carro não autoriza busca veicular nem pessoal

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, concluiu que o mau estado de conservação de...

Juízo deve permitir novas provas diante de dúvida sobre a dívida

Quando houver dúvida a respeito da suficiência da documentação, é dever do magistrado dar ao autor da ação monitória...