Lula, ao dizer que não nomeará novo Procurador Geral com base em lista, desperta polêmica

Lula, ao dizer que não nomeará novo Procurador Geral com base em lista, desperta polêmica

O critério para escolha do Procurador Geral da República, como definido pela Constituição Federal, não prevê a formação de lista tríplice, apenas exige que seja alguém membro da carreira do Ministério Público da União, e com mais de 35 anos de idade. Entretanto, a Associação Nacional dos Procuradores da República tem mantido a tradição de elaborar essa lista, que é obrigatória apenas para a formação da escolha de Procuradores Gerais de Justiça de Estados. O ex-presidente Bolsonaro, por duas vezes, ignorou a lista dos Procuradores. Agora, Lula disse que não a seguirá. O tema desperta debates entre os próprios petistas. 

No MPU-Ministério Público da União- a lista, embora não exigida no protocolo constitucional- é elaborada por meio de uma eleição interna a cada dois anos, organizada pela ANPR-Associação Nacional dos Procuradores da República, para definir os membros da categoria com maior número de votos- consequência direta de um sistema democrático- onde se apura quem seja mais apoiado na Instituição para exercer o cargo de Chefe do Órgão que tem como fim fiscalizar a lei. 

Quando Bolsonaro abandonou a lista, por duas vezes, e que resultou na condução e recondução de Augusto Aras, o ex-presidente não cometeu nenhuma ilegalidade. Desagradou a Procuradores da República, mas cumpriu a Constituição. Afinal, Aras é integrante de carreira do MPU e tinha mais de 35 anos na época em que foi nomeado Procurador Geral da República. 

O problema é que, agora, com o fato de que Lula disse que não seguirá a lista, a declaração  não é bem vista, inclusive por petistas. O PT chegou a declarar, quando Aras, fora dessa lista foi nomeado por Bolsonaro: ” O caso é mais um exemplo de despreparo de Bolsonaro para o cargo que ocupa, envergonhando uma posição que durante 16 anos anos foi preenchida de maneira brilhante”.

As palavras acima têm conteúdo e forma. Durante os governos do PT, leia-se, dois mandatos de Lula, por oito anos e quase 6 de Dilma, sempre a lista tríplice elaborada com o voto dos procuradores da República foi respeitada, apesar de não exigida, e, na maioria das vezes, foi escolhido o mais votado pelo grupo de Procuradores. No momento, Lula diz que não irá respeitar essa lista. Afinal, porque? Os Procuradores não sabem votar? Questionam críticos. 

 

Leia mais

Resistência longa: ato administrativa atacado apenas no plantão judicial revela urgência artificial

O uso do plantão judicial para questionar atos administrativos praticados semanas antes, sem fato novo ou agravamento superveniente, tem sido enquadrado pela jurisprudência como...

Banco deve suportar prejuízos de falhas ao autorizar compras ‘sem cartão presente’, fixa Justiça

A Justiça do Amazonas reconheceu, no caso concreto, a abusividade de cláusula que transferia integralmente ao lojista o risco de fraude em transações digitais. O...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Nova união estável implica na extinção de pensão entre ex-cônjuges, decide Justiça

Pela regra do Código Civil, a pensão alimentícia entre ex-cônjuges não é definitiva. O artigo 1.708 estabelece que o...

Excesso de prazo imputável ao Ministério Público leva STJ a substituir prisão preventiva por cautelares

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus de ofício para substituir a prisão preventiva de...

Perturbação do sossego: STJ afasta responsabilidade objetiva de locador por barulho de inquilino

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça não conheceu de recurso especial que pretendia estender, de forma objetiva,...

Resistência longa: ato administrativa atacado apenas no plantão judicial revela urgência artificial

O uso do plantão judicial para questionar atos administrativos praticados semanas antes, sem fato novo ou agravamento superveniente, tem...