TJ-AC mantém condenação de mulher a 32 anos de prisão por latrocínio e corrupção de menor

TJ-AC mantém condenação de mulher a 32 anos de prisão por latrocínio e corrupção de menor

Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) decidiu não conhecer a Revisão Criminal postulada pela defesa de ré condenada pela prática dos crimes de latrocínio (quando a morte da vítima é o meio utilizado para consumar um roubo) e corrupção de menor, mantendo, assim, sentença condenatória a pena de 32 anos de prisão, em regime inicial fechado.

Conforme os autos da Revisão Criminal, a denunciada teria cometido o crime de latrocínio em participação com outra mulher e dois homens, além de um adolescente. A vítima, um analista do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Acre (TRE-AC), teria sido atraída para uma emboscada pela ré, que seria integrante de rede de prostituição, enquanto, aos demais, coube o planejamento e a execução da ação criminosa.

De acordo com a representação do Ministério Público do Acre (MPAC), foram subtraídos um veículo Toyota SW-4, um celular e R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) em espécie. A intenção dos denunciados, segundo o MPAC, seria trocar o veículo por armas na Bolívia.

A sentença foi proferida pelo Juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco após a comprovação, durante instrução processual, da participação da ré nos crimes. O decreto condenatório foi confirmado pelo TJAC, que, à unanimidade, negou primeira Revisão Criminal e manteve a sentença inalterada, por seus próprios fundamentos.

Ao analisar o pedido de nova Revisão Criminal formulado pela defesa da ré, a desembargadora relatora Regina Ferrari entendeu que o procedimento teria como objetivo nova análise das provas, sob alegação de equívoco na sentença. Nesse sentido, foi sustentado que a denunciada não sabia da intenção dos demais réus em matar a vítima, tendo sido, na tese apresentada ao TJAC, usada pelo grupo criminoso, na execução da ação delitiva.

A desembargadora relatora considerou que a intenção da defesa seria o reexame dos fundamentos da decisão que transitou em julgado e já foi objeto de outra Revisão Criminal. “Trata-se, na verdade, de reiteração de análise de provas já constantes nos autos da ação originária, uma vez que as fotos e documentos apresentados pela revisionanda, já constam e foram apreciadas nos autos da ação penal, inclusive quando da prolação do Acórdão”, registrou Ferrari.

A relatora destacou, ainda, que as circunstâncias foram devidamente fundamentadas, tendo sido “claramente desfavoráveis à revisionanda, dada a sua culpabilidade exacerbada, pois além de ter premeditado o delito, atraiu a vítima para emboscada”.

Dessa forma, a desembargadora relatora decidiu não conhecer da nova Revisão Criminal postulada pela defesa, assinalando que o Código de Processo Penal prevê a possibilidade do pedido revisional, “porém, somente se alicerçado em novas provas”, o que não ocorreu no caso.

Revisão Criminal nº 1000884-42.2022.8.01.0000

Fonte: Asscom TJ-AC

Leia mais

Por falta de vínculo com ADPF 828, Zanin mantém despejo coletivo no Amazonas

O Ministro Cristiano Zanin, do STF, negou reclamação constitucional que buscou o alcance de garantias fixadas em ADPF que impedia despejos e remoções coletivas...

Campbell recomenda e CNJ mantém PAD contra Desembargador aposentado do TJMS

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, nesta terça-feira (11/11), a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o desembargador recém-aposentado do...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Por falta de vínculo com ADPF 828, Zanin mantém despejo coletivo no Amazonas

O Ministro Cristiano Zanin, do STF, negou reclamação constitucional que buscou o alcance de garantias fixadas em ADPF que...

CNJ eleva para 30% a reserva de vagas em concursos do Judiciário e inclui indígenas e quilombolas

Por maioria, o Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou ato normativo que atualiza as regras sobre a...

Campbell recomenda e CNJ mantém PAD contra Desembargador aposentado do TJMS

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, nesta terça-feira (11/11), a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD)...

CNJ investiga supostas vendas de decisões por magistrado do TJMS

Com acusações que incluem suposto envolvimento em um esquema de venda de decisões judiciais, o desembargador Marcos José de...