Roubo a coletivo praticado com emprego de faca dispensa laudo da arma para aplicar pena mais grave

Roubo a coletivo praticado com emprego de faca dispensa laudo da arma para aplicar pena mais grave

A Desembargadora Carla Maria dos Santos Reis, do Tribunal de Justiça do Amazonas, fixou em julgado que a majorante do emprego da arma branca, no crime de roubo, não exige, como reconhecido pela sentença impugnada pelo Ministério Público, que haja laudo pericial que comprove a natureza e a capacidade danosa de facas utilizadas pelos criminosos na prática do assalto. ‘Para fins da majorante descrita no art. 157,§ 2º, Inciso VII, do Código Penal é desnecessária a apreensão e perícia da arma branca, podendo o julgador formar o seu convencimento a partir de outros elementos probatórios’. Essa causa de aumento de pena havia sido afastada, na condenação lançada contra André Preses e Raimundo Fernandes, por ausência de provas. A sentença foi alterada, acolhendo o recurso do Ministério Público. 

Na denúncia, o Ministério Público narrou que no dia 17 de fevereiro de 2022, em Manaus, no Bairro Ouro Verde, os acusados entraram num coletivo, renderam o motorista do ônibus e, com a posse de facas, reportando-se ao motorista firmaram: Não olhe para gente, isto é um assalto. 

“Não olhe pra gente, isso é um assalto, fica tranquilo e passa todo o dinheiro que você tem”. Os criminosos passaram a recolher dinheiro e bens pertencentes às vítimas do coletivo. Depois fugiram, mas foram presos posteriormente. Na sentença, o juiz considerou que, ‘no que pese haver indícios sobre o uso da faca durante o assalto, não havia laudo pericial que comprovasse, de forma cabal e clara, a natureza e capacidade danosa das referidas supostas armas brancas’, e rejeitou aplicação dessa causa de aumento de pena. O Ministério Público recorreu. 

No Acórdão, a Relatora, em  voto seguido à unanimidade, fixou que ‘para fins de incidência da majorante capitulada no art. 157,§ 2º, Inciso VII, do Código Penal, é desnecessária a apreensão e perícia da arma branca, podendo o julgador formar seu convencimento a partir de outros elementos probatórios, e alterou a sentença. 

Processo nº 0623714-80.2022.8.04.0001

Leia a ementa:

Processo: 0623714-80.2022.8.04.0001 – Apelação Criminal, 5ª Vara Criminal. Relator: Carla Maria Santos dos Reis. Revisor: José Hamilton Saraiva dos Santos EMENTA: PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. ART. 157, § 2º INCISOS II E VII, DO CÓDIGO PENAL. APELAÇÃO INTERPOSTA PELA ACUSAÇÃO. PRETENSA MAJORAÇÃO DA PENA NA TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA DA PENA. POSSIBILIDADE

Leia mais

Do tênis à tarifa: cliente acusa cobrança não contratada; Justiça define danos morais contra a Calcard

O Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus condenou a Calcard Administradora de Cartões Ltda. ao pagamento de R$ 5 mil por danos morais,...

Falha que condena: Banco indenizará cliente no Amazonas por erro reiterado no cadastro do Pix

O Juizado Especial Cível de Manaus condenou o Banco Bradesco S/A a indenizar um correntista em R$ 7 mil por danos morais e a...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Do tênis à tarifa: cliente acusa cobrança não contratada; Justiça define danos morais contra a Calcard

O Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus condenou a Calcard Administradora de Cartões Ltda. ao pagamento de R$...

Falha que condena: Banco indenizará cliente no Amazonas por erro reiterado no cadastro do Pix

O Juizado Especial Cível de Manaus condenou o Banco Bradesco S/A a indenizar um correntista em R$ 7 mil...

Sem demonstração de abalo, cobrança a maior em fatura de água não gera dano moral contra fornecedora

Turma Recursal mantém sentença que reconheceu a cobrança indevida, mas afastou indenização por ausência de demonstração do prejuízo extrapatrimonial. A...

Sem contrato, não há dívida: Justiça anula cobrança e condena operadora por dano moral em Manaus

O 6º Juizado Especial Cível de Manaus reafirmou que a cobrança por serviço não contratado viola a boa-fé e...