Empresário pede ao STF exclusão de conversas com advogado em relatório da PF

Empresário pede ao STF exclusão de conversas com advogado em relatório da PF

O empresário Roberto Mantovani Filho, acusado de injuriar o filho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em Roma, pediu ao Supremo Tribunal Federal que desconsidere conversas com seus advogados incluídas em relatório preparado pela Polícia Federal.

Os diálogos entre Mantovani e seu advogado, Ralph Tórtima Filho, constam no material que analisa os dispositivos de Mantovani e seus familiares, apreendidos no inquérito que investiga o episódio ocorrido no aeroporto europeu, em julho de 2023.

Há transcrição e prints de tela das conversas entre cliente e advogado, em que discutem estratégias de defesa. O pedido ao relator do inquérito, ministro Dias Toffoli, é pelo desentranhamento dos autos, por se tratar de prova ilícita.

A comunicação entre cliente e advogado é protegida conforme o artigo 133 da Constituição Federal e o artigo 7º, incisos I e II do Estatuto da Advocacia.

“Tal inviolabilidade só poderia ser afastada na hipótese de suspeita de envolvimento do profissional com práticas ilícitas, o que não é o caso absolutamente”, destaca o pedido, assinado por Ralph Tórtima Filho.

À revista eletrônica Consultor Jurídico, o advogado apontou que foram praticadas inúmeras as ilegalidades, arbitrariedades e violações às prerrogativas profissionais ao longo da investigação. Para ele, o devassamento de conversa entre advogado e cliente no relatório final apenas evidencia a falta de limite e respeito havidos.

“Foi o ápice do inaceitável. O fato é muito grave e inclusive pode configurar violação ao artigo 25, da Lei de Abuso de Autoridade. Tudo faz crer que se procedeu à obtenção de prova por meio manifestamente ilícito. E providências enérgicas precisam ser tomadas, sob pena do aviltamento da imprescindível e importante função que cada advogado exerce. Ou defendemos energicamente as nossas prerrogativas ou seremos atropelados por arbitrariedades que se mostram cada dia mais frequentes.”

O relatório da Polícia Federal é a peça final da investigação. A conclusão é de que há indícios suficientes para materialidade e autoria do crime de injuria real contra o filho do ministro Alexandre de Moraes.

Inq 4.940

Com informações do Conjur

Leia mais

Caso Djidja: Juíza rejeita excesso de prazo em processo que apura tráfico de drogas e mantém prisões

A juíza Roseane do Vale Cavalcante Jacinto rejeitou preliminares de nulidade em processo que apura tráfico de drogas, afastando alegações de quebra da cadeia...

Convênio fora do conceito de ação social não autoriza liberação de recursos em plantão judicial

O regime de plantão judicial não se presta à superação de restrições administrativas ordinárias nem à liberação excepcional de recursos públicos fora das hipóteses...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Caso Djidja: Juíza rejeita excesso de prazo em processo que apura tráfico de drogas e mantém prisões

A juíza Roseane do Vale Cavalcante Jacinto rejeitou preliminares de nulidade em processo que apura tráfico de drogas, afastando...

Basta que seja virtual: crime sexual contra criança se configura sem presença física, diz STJ

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que o crime de satisfação de lascívia na...

8 de Janeiro: risco de fuga embasou decisão de Moraes para decretar prisões

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou a prisão domiciliar de dez condenados pelos atos de...

Banco Central vê ataque institucional após liquidação do Master e pede esclarecimentos ao STF

O Banco Central do Brasil passou a avaliar internamente que sua atuação na liquidação do Banco Master vem sendo...