Acusado de matar companheira asfixiada é condenado a mais de 22 anos de prisão

Acusado de matar companheira asfixiada é condenado a mais de 22 anos de prisão

Após quase 6 horas de julgamento, a Justiça do Ceará condenou um homem acusado de tirar a vida de sua companheira em junho de 2021, a 22 anos e oito meses de prisão em regime inicialmente fechado. Ele não poderá apelar em liberdade. O caso foi julgado nessa quinta-feira (16/11) pela 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza e está inserido no âmbito do programa Tempo de Justiça.

Consta nos autos que, logo após tomar conhecimento sobre a morte da vítima, a polícia foi informada por familiares que o suspeito já havia confessado a autoria do crime. Ele foi encontrado dormindo na casa do pai, em Aquiraz, e assumiu a culpa para os agentes de segurança, alegando que a matou porque a mulher teria ingressado em uma facção criminosa e estaria tramando contra ele.

Junto ao réu, foram encontradas 92 trouxinhas de maconha e uma outra contendo cocaína. De acordo com relatos de testemunhas, o casal usava drogas e vivia uma relação conturbada com histórico de agressões do homem contra a mulher, que jamais foram denunciadas. A filha da vítima levantou ainda a hipótese de que o crime teria sido motivado pelo desejo da mãe de encerrar o relacionamento.

Aos policiais, o réu afirmou que na noite dos fatos que ele e a vítima fizeram uso de entorpecentes e consumiram bebidas alcoólicas. Segundo o suspeito, a mulher vendia o material ilícito em casa, prática esta que não era apoiada por ele e, por isso, constantemente entravam em discussões sobre o assunto. O homem contou que a atingiu na cabeça e depois a asfixiou com um arame. Após o crime, o acusado escondeu o corpo da companheira dentro de um sofá.

Na decisão, o Conselho de Sentença considerou que o réu cometeu o crime de feminicídio por motivo torpe, de uma forma cruel e que dificultou a defesa da vítima, configurando, portanto, um homicídio qualificado. Além disso, ele também foi condenado por furto, ocultação de cadáver e tráfico de drogas. “O perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado [réu] resta evidente pelo risco à ordem pública e periculosidade do sentenciado, notadamente pelo modus operandi [maneira como ocorreu] do crime”, explicou o juiz Marcos Aurelio Marques Nogueira, que conduziu a sessão de julgamento.

TEMPO DE JUSTIÇA

O programa Tempo de Justiça é resultante de uma parceria entre o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, com apoio técnico da Vice-Governadoria do Ceará. São incluídos no projeto os casos de crimes dolosos contra a vida ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2017, desde que tenham autoria esclarecida.

“Apesar da pandemia e de todo o estoque de processos que não puderam tramitar com agilidade durante o período da Covid, as Varas do Júri estão retomando o programa e o comitê de governança está se reunindo mensalmente desde fevereiro deste ano”, explica a desembargadora Ângela Gondim, que representa o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) no Comitê de Governança do programa Tempo de Justiça.

Com informações do TJ-CE

Leia mais

Empresa aérea que recusa justificativa médica e não restitui passagem deve indenizar, fixa Juiz no Amazonas

Mesmo reconhecendo que o mero aborrecimento não configura, por si só, dano moral, o Juiz Cid da Veiga Soares Júnior, da Vara Cível de...

Condomínio só responde por danos se houver prova de culpa ou falha na área comum, fixa TJAM

Decisão do TJAM esclarece uma dúvida comum entre moradores e síndicos: o condomínio não pode ser responsabilizado por qualquer dano ocorrido dentro dos apartamentos,...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

TRF1 garante pensão por morte a viúva mesmo sem registro de desemprego do segurado

A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) garantiu o direito à pensão por morte a...

Companhia aérea vai indenizar passageira que perdeu bodas de ouro de amigos após voo ser cancelado

A Justiça Potiguar atendeu parcialmente a um pedido de indenização por danos morais e materiais de uma cliente de...

Estado deve tratar paciente cardiopata com risco de morte súbita

A Justiça do RN julgou procedente uma ação movida por um homem diagnosticado com Miocardiopatia Hipertrófica com risco de...

Organizadora de concurso é condenada a indenizar candidata após adiamento de prova

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte condenou uma banca organizadora de concurso a indenizar, por danos...