Fraudes em licitaçao capixaba unem CGU e Policia Federal em operaçao

Fraudes em licitaçao capixaba unem CGU e Policia Federal em operaçao

A Controladoria-Geral da União (CGU) participa, nesta terça-feira (14/03), da Operação Onipresente. O trabalho é realizado em parceria com a Polícia Federal (PF). O objetivo é desarticular uma organização criminosa voltada à prática de fraudes em contratações realizadas por prefeituras capixabas visando ao fornecimento de sistemas integrados de gestão pública.

Investigações

As apurações tiveram início a partir de denúncia apresentada à PF noticiando a existência de um suposto esquema articulado para fraudar licitações em prefeituras do Estado do Espírito Santo.​​​​​​​

​​​​​​​Os fatos denunciados apontavam que a empresa contratada começava a prestar os serviços nas prefeituras antes mesmo de qualquer processo licitatório e que os editais e outros documentos do processo eram, frequentemente, confeccionados pela própria empresa, com a inclusão de condições que só a empresa pudesse atender (direcionamento da licitação), e que, por vezes, alguns serviços contratados não eram prestados.

No decorrer das investigações houve a decretação de medidas cautelares de afastamento de sigilo bancário, telemático e fiscal, além da interceptação telefônica, mediante autorização judicial. As análises revelaram a potencial prática de crimes contra administração pública, dentre eles corrupção ativa e passiva, fraude contra licitação, dispensa de licitação fora das hipóteses legais, lavagem de capitais e de constituição de organização criminosa.

No período de janeiro de 2017 a junho de 2022 foi empenhado por 74 prefeituras do Estado do Espírito Santo o montante de R$ 165,4 milhões em favor da empresa investigada, dos quais R$ 136,0 milhões já teriam sido pagos, envolvendo recursos federais e recursos próprios dos municípios, relacionados à contratos de prestação de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), em sua maior parte serviços de fornecimento de softwares.

Impacto social

Os pagamentos para a empresa investigada incluíram recursos federais destinados à Educação e à Assistência Social. A malversação de recursos dessas áreas prejudica a efetividade da execução de políticas públicas nos municípios, tendo, portanto, enorme potencial de impactar negativamente esses setores, que são pilares para o suporte à população, ocasionando perda na qualidade de vida e uma baixa oferta de serviços essenciais.

Desse modo, as investigações da CGU contribuirão não só para interromper a atividade delitiva e lesiva ao patrimônio público, como também para identificar fraudes que comprometem a eficiência do atendimento à população alvo no estado do Espírito Santo, além de permitir apresentar melhorias gerais para a política pública de apoio ao desenvolvimento da educação básica e assistência social.

Diligências

A Operação Onipresente consiste no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas nos municípios de Vitória (ES), Cariacica (ES), Domingos Martins (ES), e Viana (ES). O trabalho conta com a participação de quatro auditores da CGU e de 49 policiais federais.

A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém a plataforma Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”.

​​​​​​​O cadastro deve seguir, ainda, as seguintes orientações: No campo “Sobre qual assunto você quer falar”, basta marcar a opção “Operações CGU”; e no campo “Fale aqui”, coloque o nome da operação e a Unidade da Federação na qual ela foi deflagrada.

Com informações da CGU

Leia mais

Ministério Público recomenda anulação de concurso público em Urucurituba após irregularidades

Após constatar diversas irregularidades em edital de concurso público para cargos nas áreas de saúde e assistência social, o Ministério Público do Estado do...

Amazonas é condenado a indenizar em R$ 25 mil estagiária vítima de assédio em órgão público

O Juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Manaus condenou o Estado do Amazonas ao pagamento de indenização de R$ 25 mil...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF fixa responsabilidade pelo pagamento de salários de vítimas da violência doméstica

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, em julgamento de repercussão geral, as regras sobre quem deve arcar com a...

Dino decide que leis estrangeiras não valem automaticamente no Brasil

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (28) que decisões judiciais e leis estrangeiras não...

Ministério Público recomenda anulação de concurso público em Urucurituba após irregularidades

Após constatar diversas irregularidades em edital de concurso público para cargos nas áreas de saúde e assistência social, o...

Cidadania por nascimento: EUA restringem “turismo de nascimento” e limita direito do solo

A cidadania por nascimento, prevista na 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos não legitima a obtenção de visto...