Sem prova da venda, Boticário é condenado a indenizar cliente no Amazonas

Sem prova da venda, Boticário é condenado a indenizar cliente no Amazonas

No comércio de Manaus, a consumidora só descobriu que devia quando tentou comprar a prazo. O crediário foi negado, a humilhação foi imediata e a surpresa maior ainda: seu nome estava no SPC por um débito de R$ 100,00 lançado pela rede O Boticário.

Aios fatos, a autora, por meio de advogado, definiu os contornos e foi à Justiça. A cliente ajuizou ação declaratória de inexistência de débito, somada a pedido de indenização por danos morais. Alegou que jamais comprara o produto e que, mesmo ao procurar a empresa, não recebeu explicação ou prova da suposta contratação.

O caso chegou à 1ª Vara Cível de Manaus, sob relatoria do juiz Rosselberto Himenes. O magistrado destacou que, em relações de consumo, vigora a vulnerabilidade do cliente e a inversão do ônus da prova: cabe à empresa demonstrar que houve, de fato, a venda ou a contratação. Mas, nos autos, o que a ré apresentou foram apenas notas fiscais inconsistentes — uma assinada por terceiro, outra com valores diferentes da dívida negativada.

Sem comprovação concreta, restou configurado o ilícito. Ao caso socorreu a lição repetida pelos tribunais: a inscrição irregular em cadastros de inadimplentes constitui dano moral presumido (in re ipsa). A mácula de ter o nome na praça como mau pagador fala por si.

A sentença declarou inexistente a dívida e condenou a empresa ao pagamento de R$ 5 mil por danos morais, além de custas e honorários. O valor segue a média nacional para casos semelhantes, que orbitam o valor em  R$ 5 mil e R$ 8 mil.  

Para o juiz Rosselberto Himenes, cabia ao fornecedor demonstrar a contratação válida, já que ao consumidor é impossível provar a inexistência de débito.

Processo n. : 0011905-50.2025.8.04.1000

Leia mais

Fraude no relógio de consumo não comprovada por perícia obriga Amazonas Energia a indenizar

Decisão da Vara Cível de Manaus reforça indispensabilidade da prova técnica em cobranças de energia consideradas abusivas.  Nas ações que discutem suposta fraude ou cobrança...

Bradesco indenizará cliente no Amazonas por cobrança automática de juros de conta de telefone

Sentença da Juíza Naira Neila Batista de Oliveira Norte, da Vara Cível, declarou a inexigibilidade de cobranças lançadas pelo Banco Bradesco S/A na conta...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Reforma Administrativa em fase de anteprojeto já gera reação de servidores

Embora o texto oficial ainda não tenha chegado ao Congresso, a proposta de reforma administrativa preparada pelo deputado Pedro...

STJ reavaliará modulação sobre contribuições ao Sistema S

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se prepara para enfrentar presencialmente uma das discussões mais sensíveis...

Fraude no relógio de consumo não comprovada por perícia obriga Amazonas Energia a indenizar

Decisão da Vara Cível de Manaus reforça indispensabilidade da prova técnica em cobranças de energia consideradas abusivas.  Nas ações que...

Bradesco indenizará cliente no Amazonas por cobrança automática de juros de conta de telefone

Sentença da Juíza Naira Neila Batista de Oliveira Norte, da Vara Cível, declarou a inexigibilidade de cobranças lançadas pelo...