As ONGs Educafro e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, ajuizaram na justiça de São Paulo uma ação cível contra a empresa Carrefour, rede de supermercados francesa, onde se narra que colaboradores da ré estiveram envolvidos em práticas racistas em duas unidades da empresa, uma em São Paulo e outra em Curitiba, no Paraná. A autora da ação pede o valor de R$ 115 milhões a título de indenização por danos morais e coletivos e a inclusão de profissionais negros no Conselho de Administração da empresa.
Dois episódios envolvendo a empresa são narrados na ação. O primeiro, o relacionado ao marido da bicampeã olímpica Fabiana Claudino, ocorrido em Alphaville. Vinícius narrou que ao tentar usar um caixa preferencial sem clientes a funcionária explicou que não poderia atendê-lo, pois poderia receber uma multa. Ao trocar de caixa, Vinicius observou que a mesma atendente recebia uma cliente branca sem prioridade. A vítima atribuiu o episódio a um histórico racista do supermercado.
O outro fato diz respeito ao ocorrido contra uma professora, Isabel Oliveira, em Curitiba. A professora disse que dentro de uma unidade da rede Carrefour, em Curitiba, o Atacadão, foi seguida por um segurança dentro do estabelecimento por mais de 30 minutos. Para afastar suspeitas de que não estava ‘furtando’, ficou apenas de calcinha e sutiã, em sinal de protesto contra a discriminação.
O caso foi tratado, inclusive pelo atual presidente da República, como mais um caso de racismo. O Carrefour se posicionou nos dois casos e disse que afastou os colaboradores envolvidos.