TJAM determina que Banco converta contrato de cartão para empréstimo consignado

TJAM determina que Banco converta contrato de cartão para empréstimo consignado

O Banco Bmg foi levado ao juízo da 5ª. Vara Cível de Manaus por meio de ação proposta por Ana Maria da Silva Cruz que demonstrou não haver obtido em contrato de adesão informações claras e adequadas sobre a modalidade contratual que firmara com a instituição financeira, pedindo reparação de danos morais. A ação foi acolhida em primeira instância, com recurso interposto pelo Banco que foi julgado pela Terceira Câmara Cível. O Desembargador-Relator João de Jesus Abdala Simões considerou que a consumidora foi levada a erro substancial com vício de consentimento, determinando a conversão do negócio jurídico cartão de crédito consignado em empréstimo consignado puro, reconhecendo os danos morais, porém adequando-os apenas dentro dos valores globais da contração pactuada. 

Os descontos do contrato cartão de crédito consignado ocasionam descontos que acabam por resultar na diminuição da renda do contratante, e, não tendo sido prestados esclarecimentos, como exigido no código de defesa do consumidor, a relação contratual, por falta de clareza e informação, é considerada abusiva, o que não se harmoniza com a lei protetiva aos hipossuficientes. 

Daí que, para o Relator, havendo cláusulas contratuais que foram dispostas no contrato de adesão, sem que se tenha proporcionado ao maior interessado, o consumidor, a ampla divulgação das implicações financeiras do contrato firmado, com falta de clareza, há vício de consentimento que não pode ser tolerado pelo Poder Judiciário. 

Os princípios da informação e da transparência imputam ao fornecedor do dever de prestar ao consumidor todas as informações acerca do produto ou serviço, de maneira clara e precisa, de modo que havendo omissão em informação relevante, deve prevalecer que as cláusulas contratuais devem ser interpretadas da maneira mais favorável ao consumidor, razão de haver sido determinado a conversão do contrato de cartão de crédito consignado em consignado puro.

 

Leia mais

Rafael Barbosa é nomeado para mais dois anos à frente da Defensoria Pública do Amazonas

O defensor público Rafael Barbosa será reconduzido ao cargo de Defensor Público Geral (DPG) do Amazonas para mais dois anos de mandato. Ele foi...

Justiça Federal suspende processo seletivo de residência médica no Amazonas

Decisão cautelar do juiz federal Márcio André Lopes Cavalcante determinou a suspensão integral das etapas do Processo Seletivo Unificado para Residência Médica do Estado...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Código de Conduta no STF enfrenta resistências internas e tensão com o Senado

 A discussão sobre parâmetros éticos para autoridades públicas sempre avança com maior dificuldade quando coincide com momentos de fricção...

TSE volta a bloquear bens de escritório de advocacia investigado

Por 4 votos a 3, o Tribunal Superior Eleitoral restabeleceu, no último dia 2, o bloqueio de bens e valores apreendidos de Bruno...

Construtora terá de pagar indenização por entregar imóvel com defeitos e contas atrasadas

Atraso na entrega, vícios estruturais e cobrança indevida de taxas levaram a Primeira Câmara de Direito Privado do Tribunal...

Homem é condenado por tentativa de feminicídio e violência psicológica

Um homem denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foi condenado pelo Tribunal do Júri nesta...