Justiça condena responsáveis por incêndio florestal no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ)

Justiça condena responsáveis por incêndio florestal no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ)

Em denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal condenou dois indivíduos responsáveis pela prática de delitos ambientais relacionados a um incêndio florestal que devastou parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), localizado no estado do Rio de Janeiro. O incêndio, ocorrido no dia 10 de abril de 2016, foi iniciado pela queda de um balão na área da Pedra da Reunião, dentro da unidade de conservação.

Os réus foram condenados com base nos artigos 41 e 42 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) por crimes contra a flora e o meio ambiente. A pena total aplicada a ambos inclui reclusão – 2 anos e 7 meses para cada um, além de 1 ano e 2 meses de detenção – e multa, sendo fixado o regime aberto para o cumprimento da pena privativa de liberdade.

Na denúncia, o MPF sustentou que os réus, de maneira consciente e deliberada, soltaram um balão capaz de causar incêndios em áreas de vegetação. O balão, identificado como pertencente ao grupo “Tirando Onda”, caiu no Parnaso, resultando na queima de aproximadamente 10 hectares de Mata Atlântica, uma área rica em biodiversidade e espécies ameaçadas.

A investigação, iniciada a partir de uma notícia de crime encaminhada pela chefia do Parnaso, revelou que o balão estava associado a um grupo conhecido por sua atividade ilegal. Documentos e imagens obtidas durante a apuração confirmaram a presença dos réus na soltura do balão e confirmaram o envolvimento deles com o grupo responsável.

Apesar das tentativas de defesa para minimizar a responsabilidade dos réus, a Justiça concluiu que houve dolo eventual por parte deles, dado o conhecimento dos riscos associados à prática de soltar balões.

Para o procurador da República Charles Stevan, autor da denúncia, essa condenação serve de exemplo de responsabilização por crimes ambientais, destacando os graves danos ao ecossistema do parque e a urgência de medidas rigorosas para prevenir atividades que ameaçam a integridade ambiental. “A decisão reafirma o compromisso da Justiça com a proteção dos recursos naturais e a preservação das áreas de conservação no Brasil”, destacou.

Ainda é possível recorrer da sentença.

Ação penal nº 5001797-38.2020.4.02.5106/RJ

Com informações do MPF

Leia mais

Aleam confirma FGV como organizadora do concurso público de 2025

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) confirmou que a Fundação Getulio Vargas (FGV) será a responsável pela organização do concurso público previsto para 2025....

STJ concede habeas corpus a réu condenado por estupro no Amazonas por omissão em julgamento de recurso

Corte reconheceu omissão do TJAM ao deixar de analisar fundamentos da defesa em embargos de declaração, como cerceamento de testemunhas e valoração da prova....

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Aleam confirma FGV como organizadora do concurso público de 2025

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) confirmou que a Fundação Getulio Vargas (FGV) será a responsável pela organização do...

Comissão aprova alerta em bulas e embalagens sobre descarte correto de remédios

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que exige que embalagens e bulas de...

Justiça reconhece discriminação em demissão após opinião sobre conflito no Oriente Médio

A 15ª Vara do Trabalho de São Paulo-SP condenou empresa de tecnologia a pagar indenização por danos morais no...

STF decide que PIS/Cofins integram base de cálculo da contribuição previdenciária sobre receita bruta

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é válida a inclusão dos valores relativos ao PIS e à Cofins...