Coronel usava verba pública para pagar contas de Bolsonaro e bancar extremistas

Coronel usava verba pública para pagar contas de Bolsonaro e bancar extremistas

O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o coronel Cid, sacava dinheiro dos cartões corporativos da Presidência da República e usava os valores para pagar contas da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e financiar atos antidemocráticos. É o que informa o site Metrópoles.

Cid era ajudante de ordens de Bolsonaro e o acompanhava em quase todas as atividades. Ele era responsável pelo celular do então presidente e cuidava de tarefas cotidianas da família dele, como pagamento de contas.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a quebra dos sigilos bancário e telemático de Cid. Com isso, a Polícia Federal descobriu que o ajudante de ordens e outros militares ligados a ele sacavam valores de cartões presidenciais. Com dinheiro vivo, em uma agência do Banco do Brasil localizada no Palácio do Planalto, pagavam contas de Bolsonaro, de sua mulher, Michelle, e dos demais familiares, segundo o Metrópoles.

Entre os pagamentos, havia faturas de um cartão de crédito adicional emitido em nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária lotada no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA). Rosimary é amiga íntima de Michelle e apontada como a pessoa que a uniu a Bolsonaro.

O esquema é parecido com o que é imputado ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Flávio e seu ex-assessor Fabrício Queiroz por peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa por um suposto esquema de “rachadinha” promovido entre 2007 e 2018, no gabinete do político, quando ele era deputado estadual do Rio. Após a anulação de decisões, o Tribunal de Justiça fluminense arquivou o caso. Porém, o MP-RJ vai refazer as investigações.

Conexão EUA
Mensagens de texto e áudio demonstram que o coronel Cid era o elo entre Bolsonaro e vários extremistas que vinham planejando ataques contra as instituições democráticas. Um dos contatos frequentes de Cid era com o blogueiro Allan dos Santos, que teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes e está exilado nos Estados Unidos.

Diversos áudios enviados por Bolsonaro ao militar indicam que ele tinha conhecimento e controle de tudo o que Cid fazia — tanto no campo financeiro, pagando as contas da família com dinheiro vivo, quanto na interlocução com extremistas.

Procurados pelo Metrópoles para exporem suas versões, Jair e Michelle Bolsonaro, além do coronel Cid, não foram encontrados.

Já Rosimary Cordeiro afirmou o seguinte: “É um assunto tão pessoal. Não quero falar. Até porque eu acho que não preciso dar satisfação para entrevista. É uma coisa minha, pessoal. (…) Eu não tô sabendo (da investigação), não, mas se tiver (sic) eu já vou resolver com os advogados, né? (…) Eu não quero tocar nesse assunto que não seja com advogado”.

Com informações do Conjur

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