Comercialização da droga não importa para a configuração do crime de tráfico, firma TJAM

Comercialização da droga não importa para a configuração do crime de tráfico, firma TJAM

Nos autos de apelação nº 0766784-29.2020.8.04.0001, julgado pela Primeira Câmara Criminal do Estado do Amazonas, firmou-se entendimento que a tese levantada pela defesa de Dílson Fernandes de Souza Júnior não mereceria prosperar quanto à negativa de autoria do crime descrito no artigo 33 da lei 11.343/2006, pois, o tráfico de drogas, para restar configurado não necessita da prova da efetiva comercialização da droga, pois cuida-se de crime de ação múltipla. Foi relator o Desembargador João Mauro Bessa e Revisora a Desembargadora Carla Maria Santos dos Reis. Para o acórdão, a consumação do tráfico de drogas se contenta com a incidência de conduta que venha a se inserir em uma das 18 modalidades descritas no tipo descrito na lei, tratando-se de crime contra a saúde pública, com tipificação de condutas que se constituem, inclusive, em atos preparatórios e que se encerram em um mesmo conceito fático.

Preparar drogas sem autorização legal é uma dessas condutas, associada às demais constantes no tipo do artigo 33 da lei regente: importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor a venda, oferecer, ter em depósito transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo, fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal são comportamentos que se encerram em um único tipo legal de crime, com pena que tem limite máximo de 15 anos de prisão.

“A condenação do apelante se deu por meio de sentença legitimamente fundamentada no conjunto fático-probatório que instrui os autos, onde se verifica a configuração da materialidade e autoria delitivas”.

“A tese de negativa de autoria não encontra qualquer respaldo nos autos, desfalecendo quando confrontada com as declarações dos policiais militares, que se mostraram coerentes entre si e harmônicas com os demais elementos do arcabouço probatório, possuindo, conforme pacífica jurisprudência, ampla validade como meio de prova para embasar a condenação”.

Leia o acórdão 

Leia mais

Jovem vítima de violência policial em Parintins/AM será indenizado em R$ 50 mil

A Justiça do Amazonas determinou o pagamento de indenização no valor de R$ 50 mil a um jovem de 22 anos, vítima de violência...

MP recomenda exoneração de funcionários fantasmas e apuração de nepotismo em Maraã

O Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio da Promotoria de Justiça de Maraã, expediu recomendação administrativa ao prefeito Pastor Edir (União Brasil) e...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Turma do STF tem maioria para condenar Zambelli a 10 anos de prisão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (9) maioria de votos para condenar a deputada...

Tribunal de Justiça do Piauí lança sinal contra o assédio

Com o objetivo de promover um sinal visual de denúncia, combativo ao assédio em suas diferentes modalidades, para que...

TJ-MT anula acórdão que citava artigo do Código Civil que não existe

É nulo o acórdão que não enfrenta os argumentos juridicamente relevantes capazes de enfraquecer suas conclusões, de acordo com...

Operador de máquina é indenizado por ter polegar decepado

A 5ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região condenou uma empresa a pagar R$ 60 mil...