Amazonas pede em recurso que Justiça cumpra limite de idade para ingresso na polícia militar

Amazonas pede em recurso que Justiça cumpra limite de idade para ingresso na polícia militar

A Desembargadora Nélia Caminha Jorge, do Tribunal de Justiça, acautelou-se  no pedido do Estado do Amazonas quanto à suspensão de liminar concedida a Antônio Silva no juízo da Vara da Fazenda Pública, que permitiu ao impetrante, embora com mais de 35 anos de idade, que continue a participar do certame público de ingresso ao quadro de oficiais da Polícia Militar. A PGE firma que a decisão não se adequa à barreira prevista em lei e no edital do certame, onde há limites mínimo e máximo para que o candidato seja previamente habilitado para concorrer ao cargo de policial militar e pede a cassação da segurança, por entendê-la ilegal e abusiva. 

O recurso corresponde a um meio previsto em lei no qual se assegura aos interessados, pessoas físicas e jurídicas, no caso concreto, o Estado do Amazonas a manifestar seu inconformismo contra decisões provisórias de instâncias inferiores que se possam considerar injustas ou ilegais. O Estado teve contra si a determinação de uma liminar concedida em primeiro grau, onde se assegurou ao interessado, que é integrante do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, o direito de continuar a participar do concurso de ingresso à Polícia Militar, que lhe havia sido vedado, por ter mais de 35 anos de idade, daí decorrendo sua eliminação.

O Estado argumenta que a liminar concedida ao interessado consistiu em assegurar que o impetrante continuasse a participar das demais fases seguintes do concurso público para o cargo de Aluno Oficial PM do Quadro de Oficiais Comandantes, afastando-se a restrição etária, até decisão em contrária.

Nas razões de reforma dessa liminar, a Procuradoria do Estado leva à Corte de Justiça o entendimento de que o impetrante é bombeiro militar do Amazonas, tendo realizado concurso para ingresso na carreira de oficial da Polícia Militar e que sua eliminação se deu por ter ultrapassado o limite exigido na Lei Estadual 3.498/2010, alterada pela Lei 5.671/2021. Dentre os requisitos exigidos se encontra que se deva obedecer, para ingresso na carreira militar, o mínimo de 18 anos, e, no máximo, 35 anos de idade completos, no momento da inscrição no concurso público. O candidato, segundo o recurso, teria, na data da inscrição, idade superior ao limite máximo. 

Conforme também fundamentou o recurso, o fato do candidato ser integrante do Corpo de Bombeiros Militar, que não se confunde com a carreira da PM/AM, ‘por razões lógicas, é incabível que faça uso da regra cujo legislador optou por abranger apenas os praças da corporação estadual’, e nesse contexto, pede a cassação da medida concedida em primeira instância. O tema será julgado pelo Tribunal de Justiça, após a adoção de providências que se impõe ao rito processual previsto para a matéria. Foi concedido prazo para o recorrido se manifestar. 

Processo nº 0800064-23.2022.8.04.0000

Leia a decisão:

 Embargos de Declaração Cível – Manaus – Embargante: O Estado do Amazonas – Embargada: Larissa de Sá Carvalho – – ‘Fica a parte Embargada intimada, na pessoa de seu Advogado: Dr. David Vieira de Sá (64716/BA), Dr. André Guimarães Reis (52151/PE), para apresentação de manifestação, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, nos termos do artigo 1023, §2.º, do CPC. Em 02/12/2022. Desembargadora Nélia Caminha Jorge-Relatora

 

Leia mais

Do tênis à tarifa: cliente acusa cobrança não contratada; Justiça define danos morais contra a Calcard

O Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus condenou a Calcard Administradora de Cartões Ltda. ao pagamento de R$ 5 mil por danos morais,...

Falha que condena: Banco indenizará cliente no Amazonas por erro reiterado no cadastro do Pix

O Juizado Especial Cível de Manaus condenou o Banco Bradesco S/A a indenizar um correntista em R$ 7 mil por danos morais e a...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Do tênis à tarifa: cliente acusa cobrança não contratada; Justiça define danos morais contra a Calcard

O Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus condenou a Calcard Administradora de Cartões Ltda. ao pagamento de R$...

Falha que condena: Banco indenizará cliente no Amazonas por erro reiterado no cadastro do Pix

O Juizado Especial Cível de Manaus condenou o Banco Bradesco S/A a indenizar um correntista em R$ 7 mil...

Sem demonstração de abalo, cobrança a maior em fatura de água não gera dano moral contra fornecedora

Turma Recursal mantém sentença que reconheceu a cobrança indevida, mas afastou indenização por ausência de demonstração do prejuízo extrapatrimonial. A...

Sem contrato, não há dívida: Justiça anula cobrança e condena operadora por dano moral em Manaus

O 6º Juizado Especial Cível de Manaus reafirmou que a cobrança por serviço não contratado viola a boa-fé e...