STJ anula audiência por falta de comparecimento de preso motivada por falha do Estado

STJ anula audiência por falta de comparecimento de preso motivada por falha do Estado

O Superior Tribunal de Justiça decidiu manter a nulidade de audiência em que, devendo estar presente, no Estado do Rio Grande do Sul,  o preso somente não compareceu porque não foi conduzido à sessão de julgamento por falta de transporte pelo Estado. Não há nulidade sem prejuízo, e quando a prejudicial se mostra patente, como no caso examinado, especialmente pela falta de oportunidade de se exercitar o contraditório e a ampla defesa por inoperância do Estado, a nulidade deve ser proclamada editou a 6ª Turma do STJ. Foi Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. 

Nos autos havia se certificado que um acusado preso não foi conduzido a audiência de instrução e julgamento ante circunstância na qual restou patente a desídia do Estado, por falta de transporte e o consequente deslocamento do preso à audiência de instrução e julgamento.  Na audiência, o réu foi  representado por advogado dativo – aquele nomeado pelo juiz e que, no caso, não manteve contato com o preso, sem aferir conhecimento dos fatos. 

O juiz, ao depois, reconheceu a nulidade em favor do réu, surgindo o inconformismo do Ministério Público, que interpôs recurso. A ausência do acusado em razão da desídia estatal, consubstanciada pela não condução do preso requisitado à audiência de instrução é causa de nulidade insanável, em prejuízo concreto à autodefesa e ao contraditório, proclamou a Corte de Justiça na origem. Houve interposição de recurso especial, que subiu ao STJ e foi analisado pelo Ministro Sebastião Reis. 

No STJ  se concluiu que “a informação de que a ausência de contato prévio entre o recorrente e seu defensor inviabilizou que este tomasse conhecimento da versão do acusado e formulasse a defesa de forma adequada durante a audiência em que ouvidos os policiais, revela que ele não possuía conhecimento dos fatos, não podendo fazer nada numa audiência desta natureza, denotando, mais uma vez, o efetivo prejuízo sofrido pelo recorrido, nego seguimento ao recurso especial” proclamou a decisão no STJ.

Recurso Especial nº 1794907-RS

Leia mais

Negativação por dívida irrisória mais antiga leva empresa a indenizar consumidora com valor exemplar

Uma dona de casa de Manaus passou por constrangimento ao tentar realizar uma compra a prazo em um comércio do bairro. Na hora de...

Sem direito: município não pode pretender royalties quando é patente a ausência do fato gerador

Justiça Federal no Amazonas julga improcedente pedido do Município de Humaitá, que buscava compensação financeira sem produção comercial ativa. A 1ª Vara Federal Cível da...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

TRT-MS afasta vínculo de emprego de diarista por ausência de requisitos legais

A Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região afastou, por maioria, o reconhecimento de vínculo empregatício...

Justiça condena influenciadora por exposição indevida de filha em rede social

A 4ª Vara Criminal de Santo André/SP condenou influenciadora digital por expor a filha pequena a vexame e constrangimento...

Monitor de ressocialização será indenizado por danos estéticos e por portar arma

Um monitor de ressocialização prisional será indenizado por ter portado arma de fogo, no ambiente de trabalho, sem a...

Justiça condena plataforma de entregas por excluir motoboy

A Justiça considerou irregular a exclusão de um entregador do iFood e determinou a reintegração do trabalhador à plataforma...