Município é condenado a pagar R$ 95 mil a vítima de acidente provocado por veículo oficial

Município é condenado a pagar R$ 95 mil a vítima de acidente provocado por veículo oficial

Sentença do Juiz Ronne Frank Torres Stone, da Fazenda Pública, determina que o Município de Manaus indenize em R$ 95 mil vítima de acidente provocado por funcionário após imprudência na condução de veículo oficial. 

Pelo regime da responsabilidade civil objetiva previsto no artigo 37, §6º, da Constituição Federal, a Administração Pública responde pelos danos causados por seus agentes no exercício da função. Com esse fundamento, a 1ª Vara da Fazenda Pública de Manaus condenou o Município de Manaus a indenizar em R$ 95 mil um motociclista que sofreu graves lesões após colisão com caminhonete da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

O acidente e a perícia

O fato ocorreu em 20 de janeiro de 2024, no km 894 da BR-174, quando a motocicleta conduzida pelo homem acidentado foi atingida transversalmente por caminhonete da Semsa, dirigida por funcionário a serviço da secretaria. Laudo da Polícia Rodoviária Federal concluiu que o condutor do veículo oficial não observou a presença de outros veículos ao cruzar a rodovia, afastando a tese de culpa exclusiva da vítima.

A decisão judicial

O juiz Ronnie Frank Torres Stone reconheceu o nexo causal e fixou as seguintes reparações: Danos materiais definidos em R$ 25 mil pela perda total da motocicleta, além do reembolso de despesas médicas, fisioterapia, passagens aéreas e lucros cessantes relativos a 90 dias de afastamento laboral; danos morais, estes fixados em R$ 95 mil diante da gravidade das lesões, cirurgias e impacto psicológico causado pelo acidente.

O pedido de indenização por dano estético foi rejeitado, por ausência de provas de deformidade permanente.

Fundamentação jurídica

Na sentença, o magistrado ressaltou que a responsabilidade objetiva da Administração independe de dolo ou culpa do servidor, bastando a comprovação do dano e do nexo de causalidade com a atuação do agente público.

É que, nos casos de responsabilidade civil objetiva, basta a comprovação do dano e do nexo de causalidade para que surja o dever de indenizar, independentemente de culpa do agente público.

“Mostram-se despiciendas maiores digressões sobre o nexo de causalidade, visto que constatada a responsabilidade da parte requerida pelos danos causados em decorrência do acidente de trânsito, considerando que o servidor, condutor do veículo a serviço da Semsa, agiu com imprudência ao deixar de observar a presença de outros veículos na via ao realizar a manobra”, definiu Stone. 

Processo n. 0483291-02.2024.8.04.0001

Leia mais

Honda é condenada a indenizar consorciado que teve de acionar a Justiça para pagar parcelas já quitadas

A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas manteve a condenação da Administradora de Consórcio Nacional Honda e da Mapfre Seguros Gerais...

TJAM mantém condenação de condomínio por queda de concreto que atingiu morador em Manaus

 Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido, pondera a...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Honda é condenada a indenizar consorciado que teve de acionar a Justiça para pagar parcelas já quitadas

A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas manteve a condenação da Administradora de Consórcio Nacional Honda...

TJAM mantém condenação de condomínio por queda de concreto que atingiu morador em Manaus

 Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas...

Juizado não pode julgar cobrança de água que exige perícia, diz Turma Recursal do Amazonas

A 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Amazonas manteve sentença que extinguiu sem julgamento...

Alteração de voo com aviso por e-mail ao passageiro é mero dissabor não indenizável, confirma STJ

O Superior Tribunal de Justiça manteve decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) que negou indenização por danos...