Manaus/AM – Acusado de matar a ex-companheira a facadas, o réu Mark Amorim Simões foi condenado nesta segunda-feira (07/03) a 27 anos de prisão em regime inicial fechado. O crime pelo qual Mark foi condenado ocorreu em julho de 2018 e teve como vítima Marli Correia da Silva, de 36 anos de idade.
A sessão de julgamento popular foi presidida pela juíza de direito titular da 2ª. Vara do Tribunal do Júri, Ana Paula de Medeiros Braga Bussulo. A promotora de justiça Clarissa Moraes Brito foi destacada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM) para atuar na acusação. O réu teve em sua defesa o defensor público Wilsomar de Deus Ferreira.
Durante interrogatório em plenário, nesta segunda-feira, o réu confessou o crime. Segundo ele, houve uma discussão com Marli, que teria pego um pedaço de madeira para agredi-lo, momento em que ele pegou uma faca que estava em cima da mesa e deu dois golpes na vítima, com a qual tinha cinco filhos, incluindo um com deficiência, conforme relatado por testemunhas na fase de inquérito policial.
Conforme os autos, o crime foi praticado na noite de 11 de julho de 2018, na Rua Pedreiras, bairro Terra Nova, zona Norte de Manaus. Segundo o Inquérito Policial, Mark esfaqueou Marli, que mesmo socorrida por vizinhos e levada ao pronto-socorro, não resistiu aos ferimentos. Segundo o que consta no inquérito policial, a vítima e o acusado viviam juntos há mais de 20 anos e tinham um relacionamento bastante conturbado, com brigas constantes, pois Mark bebia muito e seria usuário de entorpecentes. Ainda de acordo com o inquérito, havia uma Medida Protetiva expedida para que Mark deixasse a residência do casal. Segundo testemunhas, a vítima relatou que, ao deixar a residência, o homem a teria ameaçado de morte, pois não aceitava o fim do relacionamento.
A promotora de justiça Clarissa Moraes Brito pediu a condenação do réu nos termos da denúncia oferecida pelo Ministério Público, como incurso nas penas do art. 121, parágrafo 2.º, incisos III (uso de meio cruel) e VI (feminicídio), do Código Penal. Já a defesa pediu aos jurados que retirassem a qualificadora do meio cruel, alegando que o réu confessou o crime e era usuário de drogas e de álcool, situação que provocava seguidos desentendimentos com Marli. Ao final da votação, no entanto, os jurados decidiram pela manutenção das duas qualificadoras.
Preso desde a época do crime, Mark terá esse tempo (três anos e nove meses) abatido na pena. Da sentença, cabe apelação.
Processo: 0635384-57.2018.8.04.0001
Fonte: Asscom TJAM