Lei sobre passe livre para transplantados é inconstitucional, diz TJ-SP

Lei sobre passe livre para transplantados é inconstitucional, diz TJ-SP

A decisão sobre isenção de pagamento de tarifa de transporte coletivo está inserida na esfera exclusiva do prefeito, a quem cabe definir e conduzir a política remuneratória do serviço público.

Esse foi o entendimento do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo ao invalidar uma lei de São José do Rio Preto, de autoria parlamentar, que instituía o passe livre no transporte público para pacientes pré e pós transplantes, em situação de vulnerabilidade.

Ao propor a ADI, a prefeitura alegou que a matéria seria de iniciativa reservada do Executivo e que a Câmara Municipal tratou de normas ligadas à gestão e administração de serviços públicos. O município também apontou violação ao princípio da separação dos poderes e contestou a ausência de estimativa de impacto orçamentário e financeiro.

A ação foi julgada procedente, em votação unânime. De acordo com o relator, desembargador Tasso Duarte de Melo, “a despeito da boa iniciativa de assistência aos pacientes pré e pós transplantes, que, aliás, poderia sensibilizar o alcaide”, a lei instituiu indevida subordinação, o que, por si só, permite concluir pela sua inconstitucionalidade.

“A proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro, nos termos do artigo 113 do ADCT, parâmetro de constitucionalidade que deve ser admitido consoante a inteligência do artigo 144 da CE”, afirmou Melo.

Ainda segundo o relator, a lei configurou renúncia de receita e, no caso dos autos, não há provas de que o projeto de lei tenha sido acompanhado da estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro, o que afronta o artigo 113 do ADCT. “Assim, deve ser declarada a inconstitucionalidade da lei”, concluiu.

Com informações do Conjur

Leia mais

Escritura de união estável com mais de dois anos antes do óbito não prova dependência para pensão por morte

 A simples escritura pública declaratória de união estável, lavrada mais de dois anos antes do falecimento do segurado, não é suficiente para comprovar dependência...

Dificuldades de prova de trabalho rural não dispensam critérios mínimos para exame de pedidos previdenciários

A escassez de documentos formais sobre o trabalho rural na região do Amazonas não afasta a necessidade de observância de critérios mínimos de prova...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Comissão aprova multa de até R$ 20 mil para festa com som alto em espaço público sem autorização prévia

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que proíbe a realização de festas...

Cozinheira que sofreu queimaduras deve ser indenizada

A 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve sentença que condena o Estado de...

Paciente deve ser indenizada por erro de diagnóstico de câncer

A 2ª Câmara Cível responsabilizou a Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre) por falha na prestação do serviço de...

Falha no fornecimento de vale-transporte gera rescisão indireta

Decisão proferida na 5ª Vara do Trabalho de Guarulhos-SP reconheceu rescisão indireta entre controladora de acesso e empresa de...