TRT-11 lança selo para reconhecer empresas que adotam práticas inclusivas para pessoas com deficiência

TRT-11 lança selo para reconhecer empresas que adotam práticas inclusivas para pessoas com deficiência

Para valorizar empresas do Amazonas e Roraima que implementam ações de igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência, o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) lançou, nessa quarta-feira (⁠30/04), o “Selo Empresa Inclusiva”. A iniciativa reforça a importância das práticas inclusivas no mercado de trabalho. Ele estabelece também critérios e diretrizes para reconhecer empresas que promovem ações efetivas de inclusão e acessibilidade no ambiente profissional.

O selo faz parte do evento “Conexão Inclusiva: 1ª Feira de Empregabilidade e Capacitação da Justiça do Trabalho da 11ª Região”, realizado em Manaus e encerrado nessa quarta-feira (30/04). A iniciativa inédita, promovida em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), reuniu entrevistas de emprego, workshops e oficinas práticas, realizadas de forma presencial e virtual. A ação atingiu um público de mais de mil pessoas, que participaram de qualificações, debates e rodadas de empregabilidade.

“O Conexão Inclusiva, nossa primeira feira de empregabilidade e inclusão da Justiça do Trabalho, demonstrou o interesse e o compromisso de centenas de pessoas e empresas em promover a inclusão. Com o lançamento do ‘Selo Empresa Inclusiva’, damos mais um passo ao reconhecer empresas que investem efetivamente em acessibilidade física, tecnológica e atitudinal”, enfatiza o presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes.

Evento

A feira de empregabilidade ocorreu entre os dias 25 e 30 de abril, trazendo uma programação ampla que incluiu palestras, workshops, oficinas, simulações e entrevistas de emprego. No primeiro dia, 38 empresas participaram presencialmente, conduzindo simulações e entrevistas que resultaram em contratações imediatas ou encaminhamento de candidatos para etapas posteriores, com perspectivas de futuras contratações. Nos dias seguintes, o evento foi realizado de forma virtual, registrando uma média de 500 visualizações nos cursos, demonstrando o alto interesse do público nos temas abordados. 

A iniciativa contou com a participação de renomadas personalidades comprometidas com a inclusão e a capacitação de pessoas com deficiência, com destaque para os palestrantes que também possuem deficiência: a jornalista Jéssica Paula, a psicóloga e consultora em acessibilidade Paula Neres, a especialista em diversidade e inclusão Patrícia Lorete, o procurador do Trabalho Rafael Hanna, o auditor-fiscal do Trabalho Rafael Faria Guiger e a consultora Katya Hemelrijk. Outros palestrantes também enriqueceram o evento, como a psicóloga especialista em gestão organizacional Stephane Oliveira, a psicóloga e mestre Jucinara Pinheiro, a professora doutora Carla Vidal Gontijo Almeida, a especialista em tecnologia e inovação Larissa Cruz, a gestora de Recursos Humanos e consultora Larissa Alves, e a professora doutora Marklea Ferst.

Os temas abordados foram amplos, incluindo experiências de profissionais com deficiência, estratégias de psicoeducação e suporte para familiares, combate ao capacitismo no mercado de trabalho, uso da inteligência artificial para criação de currículos, preparação para entrevistas, desenvolvimento de oratória e expressão verbal, soft skills, reflexões sobre inclusão no mercado de trabalho e construção de processos seletivos inclusivos. Os cursos apresentados durante o evento permanecerão disponíveis nas plataformas oficiais do YouTube do TRT-11, do MPT e do projeto “Mais Acesso” da UEA, ampliando as oportunidades de capacitação gratuita para todos os interessados.

Jornalista Jéssica Paula e a professora Marklea FerstA jornalista Jéssica Paula, uma das palestrantes do evento e defensora dos direitos das pessoas com deficiência, destacou a importância da iniciativa ao abordar um aspecto essencial para a vida dessas pessoas: a renda. “Na estrutura social em que vivemos, possuir uma renda é fundamental para acessar espaços e direitos. Por isso, o ponto de partida para a inclusão das pessoas com deficiência está na empregabilidade”, ressaltou Jéssica, que marcou a história ao ser a primeira pessoa com deficiência a cruzar os Lençóis Maranhenses de muletas e a primeira mulher com deficiência a escalar o Pão de Açúcar.

A programação também destacou a relevância da descarbonização e sustentabilidade, em alinhamento com as metas ambientais do Poder Judiciário e os objetivos da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a realização, o evento gerou a emissão de 10,2 toneladas de carbono, que serão compensadas com o plantio de 33 árvores pelo TRT-11.

Resultados

Ao avaliar os resultados da ação, a juíza auxiliar da presidência, Carla Nobre, destacou que a iniciativa gerou impactos significativos na empregabilidade de pessoas com deficiência no Amazonas. “A ação promoveu uma integração entre diversos setores da sociedade, envolvendo empregadores, instituições e pessoas com deficiência, resultando em um impacto social positivo. Depoimentos emocionantes de empresas e participantes evidenciaram o aumento no quadro de contratações e histórias inspiradoras de superação, reafirmando o poder transformador da inclusão no mercado de trabalho”.

Ainda de acordo com a juíza, a parceria entre o TRT-11, a UEA e o MPT incentivou a colaboração entre instituições públicas, privadas e a sociedade civil, com foco na inclusão social e laboral. Como fruto dessa cooperação, foi consolidada a plataforma gratuita “Mais Acesso Conecta”, disponível em: www.maisacessoconecta.com.br, que reúne vagas de emprego e perfis de candidatos com deficiência no Amazonas.

A coordenadora do programa “Mais Acesso” da UEA, professora Marklea Ferst, também destacou a relevância dos resultados alcançados no evento e reforçou o compromisso conjunto das instituições participantes em seguir promovendo ações inclusivas. “O que se dará inicialmente com a permanência no ar da plataforma para cadastro de vagas e currículos, bem como novos cursos de capacitação que serão ofertados gratuitamente para pessoas com deficiência.”

Fonte: TRT-11

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