Novo projeto: Em caso de estupro, após a 22ª semana, se a mulher aborta, a pena é a do homicídio

Novo projeto: Em caso de estupro, após a 22ª semana, se a mulher aborta, a pena é a do homicídio

A Câmara dos Deputados do Brasil está atualmente debatendo o Projeto de Lei (PL) 1904, que visa equiparar a punição para o aborto à pena de reclusão prevista para o homicídio simples. Este projeto de lei está sendo discutido em regime de urgência, indicando a importância e a controvérsia que o tema suscita no país.

 O PL 1904 pretende aumentar significativamente as penas para a realização de abortos, colocando um teto de 22 semanas para a realização de qualquer procedimento de aborto, mesmo nos casos legalmente permitidos atualmente, como em situações de estupro, anencefalia fetal, ou risco à vida da mãe.

O projeto prevê que se a gravidez resulta de estupro e houver viabilidade fetal, presumida em gestações acima de 22 semanas, não se aplicará a excludente de punibilidade prevista  na legislação vigente. 

Se aprovado, o projeto resultará em uma das legislações mais rigorosas do mundo, comparável às leis de países como Afeganistão, El Salvador e Indonésia, conhecidos por suas rígidas políticas antiaborto e frequentes violações dos direitos das mulheres.

 Atualmente, o Código Penal Brasileiro permite a realização do aborto sem penalização em três situações específicas: Quando a gravidez é resultado  de estupro; quando há risco de vida para a gestante; quando o feto é anencéfalo. Nestes casos, o procedimento deve ser realizado por um médico para que seja legalmente permitido.

 Sendo aprovada a nova proposta, a mulher que realizar um aborto após as 22 semanas poderá ser condenada a uma pena de reclusão de 6 a 20 anos. O projeto também abre margem para a inclusão de outros casos atualmente autorizados pela legislação, potencialmente restringindo ainda mais o acesso ao aborto legal.
 
 A aprovação deste projeto pode ter profundas consequências sociais e de saúde pública, aumentando o número de abortos clandestinos e inseguros, e, potencialmente, a mortalidade materna. Além disso, suscita debates sobre os direitos reprodutivos das mulheres, a autonomia sobre seus próprios corpos, e as implicações éticas e legais de equiparar o aborto ao homicídio.

O PL 1904 tem provocado reações intensas de diversos setores da sociedade, incluindo defensores dos direitos das mulheres, organizações de saúde pública e entidades religiosas. A urgência do debate reflete a polarização do tema e a necessidade de uma discussão ampla e informada sobre os direitos reprodutivos no Brasil.

 

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