Lewandowski rejeita queixa-crime de Luciano Hang contra Paulo Pimenta por supostas ofensas

Lewandowski rejeita queixa-crime de Luciano Hang contra Paulo Pimenta por supostas ofensas

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou queixa-crime apresentada pelo empresário Luciano Hang contra o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), pelo suposto cometimento do crime de injúria. Seguindo manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) na Petição (PET) 9558, o ministro verificou que não há justa causa para a propositura de ação penal, pois a conduta apontada é abrangida pela imunidade parlamentar.

As ofensas alegadas na queixa-crime foram feitas por Pimenta em junho de 2019, num vídeo no Twitter em que critica o empresário por apoiar o presidente da República Jair Bolsonaro e o acusa de estar envolvido em crimes fiscais e outras irregularidades. Hang afirma que as afirmações são ofensivas, e, segundo seus advogados, apesar da referência à prática de crime, elas têm conteúdo vago e indeterminado, caracterizando o crime de injúria.

Imunidade parlamentar

O ministro verificou que, como consta da manifestação da PGR propondo a rejeição da queixa-crime, o perfil do parlamentar deixa claro que se trata de uma “plataforma voltada para a comunicação com eleitores e para a veiculação de ideias e convicções de natureza política”. Está claro, assim, que o Twitter é utilizado por Pimenta para divulgar suas convicções políticas e ações parlamentares, ou seja, relacionadas com o exercício do mandato de deputado federal.

Segundo Lewandowski, embora as declarações sejam “contundentes e até mesmo com acidez acentuada”, o deputado federal atuou dentro da imunidade material (artigo 53 da Constituição Federal), e não se justifica que ele responda a uma ação penal “justamente pelo exercício de sua liberdade de manifestação”.

O ministro salientou, ainda, que a liberdade de opiniões e palavras no exercício de atividade parlamentar não é absoluta e que, sempre que houver abuso, o Poder Judiciário deverá atuar. Contudo, ele considera que o parlamentar apenas externou seu descontentamento com vídeo em que Hang anunciava a compra de uma aeronave e contextualizou a notícia com o cenário econômico do país.

Para o relator, embora não se possa admitir que a grosseria, o uso de impropérios e as palavras mal utilizadas sejam normais na comunicação em sociedade, essas condutas são questões internas do parlamento. Assim, eventual excesso, que possa ferir o decoro parlamentar, deve ser apreciado pela Câmara dos Deputados.

Leia a decisão

Fonte: Portal do STF

Leia mais

TCE-AM determina que prefeito de Novo Airão devolva R$ 4 milhões aos cofres públicos

Irregularidades identificadas na contratação de um escritório jurídico para recuperação de receita de royalties junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP) levaram os conselheiros...

TJAM mantém suspensão de liminar sobre nomeações na Secretaria de Saúde de Manaus

O Pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas decidiu por manter a suspensão de liminar de 1.º Grau que havia determinado ao Município de...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Vendedor tem direito a comissão sobre produtos devolvidos

Após a entrega de um produto ao cliente, os riscos associados à transação são exclusivos da empresa e não...

Homem que ameaçou sogra é condenado a pagar indenização de R$ 5 mil

Após atuação dos promotores de Justiça Felipe Miguel de Souza e Bruno de Paula Souza Marques, o MPSP obteve...

Senado aprova decreto que reconhece calamidade no Rio Grande do Sul

O Senado aprovou nesta terça-feira (7) o Projeto de Decreto de Legislativo (PDL) 236/2024, enviado pelo governo federal, que...

MP pede à Justiça que Alexandre Nardoni volte à prisão

O Ministério Público de São Paulo entrou hoje (7) com um recurso na Justiça para tentar impedir que Alexandre...