Banco é isento de culpa se atuou apenas como intermediário para cobranças de seguro não contratado

Banco é isento de culpa se atuou apenas como intermediário para cobranças de seguro não contratado

Nas hipóteses em que o consumidor pede a restituição de valores cobrados indevidamente na sua conta corrente referente a seguro não contratado e o Banco tenha se limitado  tão somente realizar a compensação dos débitos, sem falha na prestação dos serviços, não há responsabilidade civil da instituição financeira

Revela-se abusiva, por violar direitos do consumidor, a conduta do Banco que mantém descontos diretos na conta do cliente referentes a cobranças de seguro que se revelaram não contratados pelo cliente. Há de ser verificado se o Banco, deveras, falhou na prestação dos serviços. O caso foi relatado pela Desembargadora Onilza Abreu Gerth, do TJAM. 

Se o Banco não integrou a cadeia de consumo, inexistindo provas documentais de que o ato ilícito tenha sido por si praticado, sendo apenas o meio das cobranças da Seguradora, não responde pelo ilícito, por falta de legitimidade passiva para compor a causa. Com essa disposição, a Justiça do Amazonas julgou improcedente ação de cobrança contra o Bradesco e condenou a Sabemi Seguradora. 

Na sentença inaugural o Juízo declarou que o Bradesco não integrou a cadeia de consumo, inexistindo qualquer comprovação documental em sentido contrário, limitando-se, com sua conduta a realizar a compensação dos débitos de um Seguro que o cliente dispôs não haver contratado.

A Seguradora, diversamente, não provou que o consumidor contratou, sendo condenada à devolução em dobro dos valores descontados, além da obrigação de indenizar em R$ 5 mil. Conquanto tenha juntado aos autos um contrato assinado pelo autor, este demonstrou que, ante sua condição pessoal, apenas manifesta sua vontade por meio de assinatura digital. A matéria não foi impugnada pela Seguradora, que teve seus recurso improvidos por falta de provas. 

Processo: 0001805-63.2024.8.04.0000   

Leia a ementa:

Agravo Interno Cível / Defeito, nulidade ou anulaçãoRelator(a): Onilza Abreu GerthComarca: ManausÓrgão julgador: Segunda Câmara CívelData do julgamento: 02/07/2024Data de publicação: 02/07/2024Ementa: AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA.NÃO COMPROVADA A EXISTÊNCIA E VALIDADE DO CONTRATO DE SEGURO. AGRAVANTE QUE NÃO SE DESINCUMBIU DE PROVAR A AUTENTICIDADE DA ASSINATURA DO AUTOR NO CONTRATO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. VIOLAÇÃO AO ART. 1.021, § 1º, DO CPC. NÃO CONHECIMENTO DO RECURS

Leia mais

Justiça condena Banco Itaú por cobrar tarifas não contratadas de consumidor no Amazonas

Sentença da 17ª Vara Cível de Manaus reconheceu prática abusiva e determinou devolução em dobro dos valores descontados, além de indenização por danos moraisA...

Plano de Saúde é condenado no Amazonas por negar cirurgia após nova lei obrigar cobertura

A recusa indevida ou injustificada da operadora de saúde, em autorizar cobertura financeira a que esteja legal ou contratualmente obrigada, configura hipótese de dano...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Carrinhos de compras adaptados garantem inclusão de crianças com deficiência, decide STF

A adaptação dos carrinhos não tem o objetivo de transportar pessoas, mas sim de permitir que crianças com deficiência...

STJ decide que plano de saúde deve aceitar neto de titular como dependente

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que um recém-nascido, filho de um dependente do plano de saúde, também...

Mesmo negada, tentativa de desconsiderar empresa gera direito a honorários, decide STJ

O STJ considerou possível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios nos casos em que se nega o pedido...

Justiça condena Banco Itaú por cobrar tarifas não contratadas de consumidor no Amazonas

Sentença da 17ª Vara Cível de Manaus reconheceu prática abusiva e determinou devolução em dobro dos valores descontados, além...