Anulação de ato administrativo não se confunde com pretensão de inconstitucionalidade, diz TJAM

Anulação de ato administrativo não se confunde com pretensão de inconstitucionalidade, diz TJAM

A ação Civil Pública não é o meio processual apto a questionar, ainda que de forma incidental, a constitucionalidade de emendas constitucionais estaduais. O controle abstrato de constitucionalidade deve ser exercido por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), definiu o Tribunal do Amazonas, com voto da Desembargadora Maria das Graças Pessoa Figueiredo. 

No caso concreto, a decisão dispôs que ao examinar o pedido que foi subscrito pelo  Ministério Público, se pode constatar que a questão central da Ação Civil Pública não se limitou à nulidade do processo administrativo que concedeu a pensão especial a ex- governador do Amazonas. O que se buscou, na realidade, foi a suspensão dos efeitos das emendas constitucionais que criaram e modificaram o dispositivo que embasou a concessão desta aposentadoria.

Para o TJAM, o uso da Ação Civil Pública como sucedâneo da ADI configura usurpação da competência do STF. O Tribunal deixou claro que a Ação Civil Pública não é o meio apto para se questionar, ainda que de forma incidental, a constitucionalidade de emendas à Carta Política do Estado do Amazonas. 

De acordo com a decisão, a argumentação do Ministério Público de que a ação visou, apenas,  a nulidade do ato administrativo foi insuficiente para disfarçar o real escopo do
do controle incidental, o que não é admissível. 

O Acórdão justifica que “em decisão recente, o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou a competência exclusiva do controle concentrado de constitucionalidade para a análise de normas constitucionais estaduais, afastando a possibilidade de sua impugnação por meio de Ação Civil Pública”.

Para o TJAM, a controvérsia suscitada pelo Ministério Público, na verdade, versou sobre a validade de emendas constitucionais estaduais que  instituíram pensão mensal vitalícia para ex-governadores, com o disfarce de um pedido de anulação do ato que concedeu o benefício a ex-Governador do Estado do Amazonas. 

Processo nº 0605306-46.2019.8.04.0001

Leia mais

STJ concede habeas corpus a réu condenado por estupro no Amazonas por omissão em julgamento de recurso

Corte reconheceu omissão do TJAM ao deixar de analisar fundamentos da defesa em embargos de declaração, como cerceamento de testemunhas e valoração da prova....

Comprovação de requisitos legais garante posse a comprador de imóvel leiloado pela Caixa

Após enfrentar resistência dos ocupantes, comprador que comprovou todos os requisitos legais da arrematação em leilão da Caixa tem posse do imóvel garantida pela...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Comissão aprova alerta em bulas e embalagens sobre descarte correto de remédios

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que exige que embalagens e bulas de...

Justiça reconhece discriminação em demissão após opinião sobre conflito no Oriente Médio

A 15ª Vara do Trabalho de São Paulo-SP condenou empresa de tecnologia a pagar indenização por danos morais no...

STF decide que PIS/Cofins integram base de cálculo da contribuição previdenciária sobre receita bruta

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é válida a inclusão dos valores relativos ao PIS e à Cofins...

Consumidora que pagou R$ 262 por 3 iPhones perde ação na Justiça

Uma moradora da Capital acreditou ter encontrado uma oferta irresistível: três iPhones por apenas R$ 262,35 — o equivalente...