Projeto Potássio Autazes: IPAAM finaliza licenças em meio a incertezas jurídicas

Projeto Potássio Autazes: IPAAM finaliza licenças em meio a incertezas jurídicas

A Potássio do Brasil, subsidiária da Brazil Potash Corp., conseguiu todas as licenças necessárias para iniciar a construção do Projeto Potássio Autazes, o empreendimento que promete ser o maior de exploração de potássio no Brasil, com investimentos estimados em R$ 13 bilhões.

Com as autorizações concedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), as obras das instalações na mina de Autazes, situada no Amazonas, a 113 km de Manaus, avançam para a fase final.

Entretanto, embora o IPAAM tenha concluído a emissão das licenças de instalação ambientais únicas e as autorizações para captura, coleta e transporte de fauna silvestre, o licenciamento ainda não está completamente definido. Isso porque, apesar de formalmente finalizado, o processo depende de uma confirmação judicial.

A atual situação jurídica envolve uma decisão precária, na qual foi afastada a competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) como autoridade certificadora do licenciamento, por meio de uma medida liminar que cassou decisão anterior contrária.

Portanto, enquanto a questão judicial não for resolvida, a situação do licenciamento do Projeto Potássio Autazes permanece incerta, o que pode impactar o andamento das obras e a continuidade do investimento planejado.

Relembre o caso

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Justiça que declarasse a nulidade da Licença Prévia emitida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), bem como das autorizações de pesquisa mineral concedidas a Potássio. O MPF também pediu que a empresa fosse obrigada a se abster de realizar qualquer ato ou procedimento relacionado à implementação do Projeto Potássio Amazonas Autazes até que fosse realizado um procedimento de consulta prévia, com o auxílio da FUNAI e/ou de organizações idôneas especialistas na matéria, ajustado com as comunidades das terras indígenas Jauary e Paracuhuba, além das comunidades ribeirinhas. A decisão foi atendida cautelarmente, determinando que o Ibama seria a autoridade responsável por certificar a licença.

O Ibama argumentou que não lhe compete o licenciamento ambiental do projeto de mineração Potássio do Brasil por não se desenvolver ou estar localizado em terra indígena, regra prevista no artigo 7º, inciso XIV, alínea “c” da Lei Complementar n. 140/2011 como atribuição do ente federal.

Atendendo a um recurso da Advocacia Geral da União, o Desembargador Flávio Jardim, do TRF-1, deferiu tutela recursal que suspendeu os efeitos da decisão proferida na Ação Ordinária, em tramitação na 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Amazonas. A decisão anterior determinava que o licenciamento ambiental do ‘Projeto Potássio Amazonas Autazes’ fosse realizado pelo IBAMA e não pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). Com a nova decisão, a competência para o licenciamento ambiental permanece com o órgão estadual até ulterior deliberação.

Foi com essa decisão, de natureza precária, que o IPAAM finalizou todas as licenças como acima noticiado, mas essa finalização ainda precisa de uma análise de mérito do próprio recurso, ocasião em que se manterá ou não a decisão monocrática.

Ainda assim, o imbróglio segue com apreciação de fatos e provas no processo principal onde se avaliará se há ou não interesses indígenas na área em que está assentado o projeto de potássio em Autazes. 

 

Leia mais

Com base em reiteração delitiva, STJ mantém prisão e nega habeas corpus a acusado de furto no Amazonas

A reiteração delitiva e os registros criminais pretéritos do acusado justificam a prisão preventiva como forma de garantir a ordem pública, ainda que transcorrido...

Construtora frustra finalidade da moradia e é condenada a indenizar em R$ 20 mil no Amazonas

Quando a empreendedora cria no cliente a expectativa de que determinado imóvel atenderá a necessidades específicas — como a possibilidade de incluir um terceiro...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Com base em reiteração delitiva, STJ mantém prisão e nega habeas corpus a acusado de furto no Amazonas

A reiteração delitiva e os registros criminais pretéritos do acusado justificam a prisão preventiva como forma de garantir a...

Congresso defende no STF votação que suspendeu decreto do IOF

A Câmara dos Deputados e o Senado defenderem nessa sexta-feira (11), no Supremo Tribunal Federal (STF), a validade das...

Homem é condenado por tentativa de homicídio contra o próprio tio

A Justiça do Maranhão, por meio da 1ª Vara de São Domingos do Maranhão, condenou Flávio dos Santos Sousa...

Justiça condena casal por maus-tratos a dois cães

Um casal de Joinville, denunciado pela 21ª Promotoria de Justiça, foi condenado por crime de maus-tratos contra dois cães...