STF oficializa termo “Relatora” para indicar ministra responsável por causa jurídica

STF oficializa termo “Relatora” para indicar ministra responsável por causa jurídica

A decisão administrativa é vista como um marco simbólico de equidade de gênero no sistema de Justiça, em linha com a política nacional de valorização da mulher no Poder Judiciário. A adoção da forma feminina “relatora” representa mais do que uma correção linguística — é um ato de reconhecimento da presença feminina nos espaços de poder e de harmonização da linguagem institucional com os valores constitucionais de igualdade e representatividade.

O Supremo Tribunal Federal passou a adotar oficialmente o termo “Relatora” em seu sistema de andamentos processuais, sempre que a responsável pelo caso for uma ministra da Corte. Até então, mesmo em processos sob a responsabilidade da ministra Cármen Lúcia, única integrante mulher do tribunal, a plataforma utilizava a forma masculina “Relator”.

A alteração foi implementada em setembro de 2025, após ofício encaminhado pela associação Elas Pedem Vista ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, no mês anterior. A entidade sustentou que a ausência de flexão de gênero constituía “um equívoco” e simbolizava “um desequilíbrio institucional”.

“Longe de parecer um problema de menor importância, o fato exige especial atenção, especialmente pela busca da equidade de gênero”, afirmaram as representantes no documento.

O pedido percorreu diferentes áreas administrativas até chegar à Secretaria de Tecnologia e Inovação, que, em 19 de setembro, confirmou a alteração no portal eletrônico. Uma semana depois, o setor comunicou oficialmente que o sistema havia sido atualizado “para contemplar o disposto no requerimento”.

Linguagem, representatividade e diretrizes do CNJ

A associação destacou que a medida está em consonância com as diretrizes do Conselho Nacional de Justiça, em especial a Recomendação nº 144/2023, que orienta os órgãos do Judiciário a utilizarem linguagem simples, clara e inclusiva.

“Ao indicar o gênero correto da respectiva relatora, reconhece-se a sua importante participação no Tribunal”, pontuou a entidade.

A Elas Pedem Vista também lembrou que, em 134 anos de história do STF, apenas três mulheres — Ellen Gracie, Cármen Lúcia e Rosa Weber — ocuparam assento na Corte.

Equidade de gênero como maturidade institucional 

Com essa medida, o STF reafirma compromisso com o artigo 5º, inciso I, da Constituição Federal, que consagra a igualdade entre homens e mulheres, e com os tratados internacionais de direitos humanos que integram o ordenamento jurídico brasileiro, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW).

Leia mais

Ministério Público pede reforma de creche em Atalaia do Norte/AM

Inspeções em 2024 e 2025 constataram irregularidades estruturais, sanitárias e de segurança no estabelecimento Em Atalaia do Norte, o Ministério Público do Estado do Amazonas...

Confira os locais onde serão aplicadas as provas do 26º Exame de Estágio em Direito do MPAM

Marcadas para o próximo domingo (23/11), das 8h às 12h, as provas do 26º Exame de Seleção para Estágio em Direito do Ministério Público...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Ministério Público pede reforma de creche em Atalaia do Norte/AM

Inspeções em 2024 e 2025 constataram irregularidades estruturais, sanitárias e de segurança no estabelecimento Em Atalaia do Norte, o Ministério...

Confira os locais onde serão aplicadas as provas do 26º Exame de Estágio em Direito do MPAM

Marcadas para o próximo domingo (23/11), das 8h às 12h, as provas do 26º Exame de Seleção para Estágio...

STF e Corte Constitucional da Colômbia firmam acordo para cooperação em estudos constitucionais

Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, e da Corte Constitucional da Colômbia, Jorge Enrique Ibáñez...

Justiça determina rescisão de contrato e indenização por venda de veículo com defeitos

O 1º Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública da Comarca de Parnamirim determinou a rescisão de um...