Pane no aplicativo do Banco do Brasil inflama clientes sobre responsabilidade por falha de serviço

Pane no aplicativo do Banco do Brasil inflama clientes sobre responsabilidade por falha de serviço

Usuários relatam prejuízos com acesso bloqueado a contas, falhas no Pix e pagamentos indisponíveis neste domingo (15)

Milhares de clientes do Banco do Brasil enfrentaram, neste domingo (15), instabilidade generalizada no aplicativo da instituição financeira, impedindo o acesso a serviços essenciais como login, transferências via Pix, pagamento de contas e consulta de saldos.

A falha, que afeta tanto sistemas iOS quanto Android, gerou uma onda de reclamações em todo o país, com pico de quase 3 mil notificações em sites especializados. 

Segundo os relatos, o aplicativo não reconhece números de telefone cadastrados, impede autenticação biométrica e rejeita senhas, comprometendo inclusive a utilização de cartões vinculados às contas bancárias. O problema afeta cerca de 85% dos usuários na etapa de login, outros 12% no internet banking e ao menos 4% nas operações com Pix.

Responsabilidade objetiva e dever de indenizar
A instabilidade levanta possíveis implicações jurídicas à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Por se tratar de relação de consumo, o Banco do Brasil está sujeito à responsabilidade objetiva prevista no artigo 14 do CDC, devendo responder por falhas na prestação de serviços, ainda que sem culpa direta, sempre que houver dano ao consumidor.

“Se o cliente sofrer prejuízo material — como perda de prazos, cobrança de juros, ou negativa de crédito — ou se for submetido a situação constrangedora, como a impossibilidade de pagar uma conta urgente, é cabível o pedido de indenização por danos materiais e morais”, explicou um advogado especialista em direito bancário.

Interesse coletivo e atuação dos órgãos de defesa
Por atingir um número expressivo de consumidores simultaneamente, o episódio também pode configurar violação a direitos coletivos e difusos, autorizando a atuação de órgãos como o Ministério Público, Defensoria Pública e PROCONs. Além disso, consumidores podem formalizar reclamações administrativas ou buscar reparação judicial caso tenham provas do prejuízo.

O Banco Central, responsável pela regulação do setor financeiro, também pode solicitar explicações da instituição com base na Resolução nº 4.753/2019, que impõe padrões mínimos de continuidade e qualidade nos serviços oferecidos por meios eletrônicos.

Posicionamento oficial
Até o momento, o Banco do Brasil não divulgou nota oficial explicando a origem da instabilidade, tampouco previsão de normalização. Os clientes continuam reportando falhas no acesso e dificuldades para realizar operações básicas.

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