Professor deve receber a gratificação de localidade se a lei maior do município prevê o direito

Professor deve receber a gratificação de localidade se a lei maior do município prevê o direito

No caso concreto o professor, da rede pública de ensino de Manacapuru, conseguiu de volta o pagamento da gratificação de localidade que havia sido suspensa, por determinação administrativa, que se fundamentou na Lei de nº 403/2017, do Município. O benefício foi revigorado em decisão judicial mantida pelo Desembargador Airton Luís Corrêa Gentil, do TJAM. 

Se a Lei Orgânica do Município assegura a gratificação de localidade a todos os servidores que desempenham suas funções na zona rural, não é legítimo que a Lei Municipal imponha  uma condição que restrinja a concessão dessa gratificação apenas àqueles que também residem na zona rural, dispôs o Desembargador. 

“Assim, não se pode aceitar a restrição estabelecida pelo art. 32 da Lei Municipal n. 403/2017 sem que haja uma violação direta à hierarquia estabelecida pela Lei Orgânica Municipal”, constou no acórdão

A todo servidor que atua na zona rural do Município cabe o recebimento de uma gratificação de localidade no valor de 20% (vinte por cento) de seu vencimento, por uma previsão legal que tem força de natureza constitucional, dispôs o magistrado. 

Também se confirmou que não existe incompatibilidade entre a gratificação de localidade-benefício concedido ao servidor por trabalhar na zona rural do município- e o auxílio-transporte -verba de natureza indenizatória-, destinada a cobrir os custos de deslocamento diário para a zona rural dos servidores que residem na zona urbana. 

“É importante destacar que a Lei Orgânica Municipal ocupa uma posição hierárquica superior em relação às demais normas municipais, desempenhando um papel análogo ao da Constituição Federal no sistema jurídico nacional. Assim, não é aceitável que uma Lei Ordinária Municipal modifique qualquer disposição contida na Lei Orgânica do respectivo Município”, explicou o Magistrado.  

Processo n. 0001163-96.2018.8.04.5401  
Classe/Assunto: Apelação Cível / Indenização por Dano Material
Relator(a): Airton Luís Corrêa Gentil
Comarca: Manacapuru
Órgão julgador: Terceira Câmara Cível
Data do julgamento: 21/10/2024
Data de publicação: 21/10/2024

Leia mais

Sem clareza contratual, Justiça manda suspender descontos e obriga banco a explicar origem da dívida

A concessão de tutela de urgência em demandas envolvendo consignados decorre, em grande parte, de um fenômeno jurídico recorrente: a existência de indícios suficientes...

Justiça aplica marco temporal do TJAM e veda uso de curso concluído fora de prazo para promoção na PMAM

A 1ª Vara da Fazenda Pública de Manaus negou o pedido de um policial militar que buscava utilizar certificado do Curso de Habilitação de...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF forma maioria para condenar mais nove réus pela trama golpista

A maioria dos ministros da  Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta terça-feira (18) pela condenação de...

STJ: Isenção de IPI na compra de carro por taxista não exige exercício anterior da atividade

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o direito à isenção do Imposto sobre Produtos...

Moraes vota por absolver general e condenar mais 9 réus do núcleo 3

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (18) pela condenação de mais nove...

AGU ajuíza 29 ações para proteger o patrimônio da União e coibir fraudes fundiárias na Amazônia

A Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou 29 ações na Justiça objetivando o cancelamento de um conjunto de 35 matrículas...