O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal e a Receita Federal desarticularam uma organização criminosa transnacional de tráfico internacional de drogas da América do Sul para a Europa. Os criminosos usavam empresas de logística marítima sediadas em portos brasileiros, especialmente no Rio Grande (RS) para enviar drogas ao continente europeu misturas a cargas lícitas. A operação teve apoio da Europol – agência da União Europeia para cooperação policial – e de forças de segurança da França, Alemanha e Espanha.
Segundo as investigações, no mínimo 17 toneladas de cocaína foram comercializadas de forma direta ou indireta pela organização criminosa, o que equivale a aproximadamente R$ 3,85 bilhões.
Na operação realizada nesta quinta-feira (30), foram cumpridos 17 mandados de prisão nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, e em Assunção, no Paraguai. Além disso foram deferidas medidas de sequestro de 87 imóveis, 168 veículos e uma aeronave, bem como o bloqueio de valores existentes em contas bancárias vinculadas a 147 pessoas físicas e jurídicas utilizadas pela organização criminosa.
Também foram deferidas outras medidas cautelares, como o bloqueio de expedição de Guia de Transporte Animal (GTA) em nome de quatro envolvidos e bloqueio de bens de outras 66 pessoas. Foram expedidos, ainda, 37 mandados de busca e apreensão.
Operação Hinterland – A Operação Hinterland teve início em março de 2021, a partir da notícia da apreensão de 316 kg de cocaína, em dezembro de 2020, em Hamburgo, na Alemanha. Após dois anos de investigação, que contou com pedidos de cooperação internacional para a França, Espanha e Paraguai, foi descoberto um grupo criminoso que remete à Europa grandes carregamentos de cocaína misturada a cargas lícitas.
Durante a investigação houve a apreensão de mais de 12 toneladas de cocaína. Além disso, ficou demonstrado que a organização mantém estrutura para a blindagem jurídica dos líderes, bem como dos recursos ilícitos e patrimônio adquiridos.
A investigação está sendo conduzida pela unidade do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul, por meio do 4º Ofício do NCE/PRRS, e conta com o auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPF (Gaeco).
Com informações do MPF/RS