Os esforços para superar a desigualdade racial e de gênero em todo o país desafiam instituições públicas e privadas, que vem adotando ações que contribuam para a superação desse cenário histórico. Na esfera da Justiça brasileira, o Tribunal de Justiça de Rondônia tem se tornado referência com políticas institucionais que avançam no sentido de garantir maior representatividade. O recente concurso, que resultou na posse de 29 novos (as) magistrados (as), a reserva de vagas para negros ampliou o número de membros (as) autodeclarados (as). Outras ações buscam também a igualdade de gênero dentre os servidores(as). Empenho que deve refletir em uma Justiça mais inclusiva.
Representando a vigésima turma de juízes do Poder Judiciário de Rondônia, o paranaense Guilherme Schulz, em discurso de posse, enalteceu a diversidade dos pares. Aprovado em primeiro lugar na ampla concorrência, Guilherme é autodeclarado negro. “Passamos a integrar, e com muita honra, um tribunal que, assim como essa turma, tem origem plural. Além de ser pioneiro em diversas áreas, inovador, acessível e cada vez mais inclusivo”, disse.
Outro caso de superação é do Eliezer Barros. Nascido em Humaitá e vindo para o interior do Estado de Rondônia ainda criança, enfrentou muitos desafios com os estudos e concluir o ensino médio, mesmo trabalhando como pedreiro. Aos 28 anos se formou em Direito, no interior do Estado, e foi aprovado no concurso de técnico judiciário, cargo que exercia na Comarca de Ji-Paraná até o ano passado. “O concurso conta com cinco etapas, e em cada uma delas é preciso atingir, no mínimo, 60%. É um equívoco pensar que o candidato que ingressou por meio de cota é menos qualificado do que o que entrou na ampla concorrência”, disse.
Para o juiz Robson José dos Santos, o ingresso de mais magistrados negros no Poder Judiciário amplia o olhar sobre as demandas que chegam. “Essa multiplicidade cultural vai nos trazer um olhar diferenciado em questões, por exemplo, relacionadas ao racismo, que serão muito melhor compreendidas, de certa forma, por quem já passou por isso”, pontuou.
Com informações do TJ-RO